O texto - sem caráter vinculativo e defendido pelo primeiro-secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, - recebeu o apoio dos deputados do partido presidencial, República em Marcha, e foi aprovado quase por unanimidade (169 votos a favor, um contra e cinco abstenções).
A proposta afirma que a Assembleia "reconhece oficialmente a violência perpetrada pelas autoridades da República Popular da China contra os uigures como crimes contra a humanidade e como genocídio", condenação esses atos.
A Assembleia Nacional de França "convida o Governo francês" a fazer o mesmo e a adotar "as medidas necessárias junto da comunidade internacional e na sua política externa com a República Popular da China", para pôr fim a esta situação.
Em nome do Governo, o ministro do Comércio Externo, Franck Riester, falou em "violência sistemática" e em "testemunhos avassaladores", mas argumentou que a qualificação formal de "genocídio" cabe aos órgãos internacionais e não às autoridades francesas.
Riester assegurou que o destino da comunidade uigur foi "colocado ao mais alto nível", durante conversas com autoridades chinesas, e lembrou que foi mesmo mencionado, na quarta-feira, no discurso do Presidente francês, Emmanuel Macron, perante o Parlamento Europeu.
Na Assembleia, Faure denunciou "a máquina implacável que visa a erradicação cultural e biológica de um povo" e também criticou as grandes empresas ocidentais "que continuam a usar o trabalho forçado" desta comunidade muçulmana de língua turca na província chinesa de Xinjiang.
Organizações de direitos humanos têm acusado a China de terem detido mais de um milhão de muçulmanos em campos de reeducação política, sob pretexto de estarem por detrás de ataques terroristas atribuídos a islâmicos radicais.
Pequim alega que os campos são centros de treino vocacional para combater a radicalização religiosa.
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