Kiev apela à comunidade internacional para que não reconheça a Crimeia
O ministério ucraniano dos Negócios Estrangeiros apelou hoje à comunidade internacional para que não reconheça a "República da Crimeia" proclamada na segunda-feira pelas autoridades separatistas, nem assine com ela qualquer acordo.
© Reuters
Mundo Ucrânia
As autoridades separatistas da península ucraniana pediram a sua integração na Rússia, que deverá ser alcançada através de um acordo entre Moscovo e o novo 'Estado'.
"Tendo em conta que a independência da Crimeia foi proclamada por um órgão ilegítimo na sequência de um referendo anticonstitucional, em violação grosseira das normas europeias (...) o ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia envia a todos os membros da comunidade internacional um apelo urgente para que se abstenham de reconhecer, no plano internacional, a 'República da Crimeia'", indica-se num comunicado publicado na página na Internet da diplomacia de Kiev.
O direito internacional em vigor proíbe aos Estados reconhecerem "pseudo-Estados" ou "qualquer situação, acordo ou entendimento" consecutivos à sua criação, "se esta resultar do recurso ilegal à força", declara o ministério, numa alusão ao acordo em preparação com a Rússia.
O ministério acusa a Rússia de ter usado "a força e a ameaça de recurso à força" para apoiar a proclamação da independência da Crimeia.
"Tendo em conta o estatuto de potência nuclear da Rússia", este processo "reveste-se de um caráter particularmente perigoso para a integridade territorial da Ucrânia, como para a paz e a segurança internacional no seu todo", acrescenta-se no comunicado.
O presidente russo, Vladimir Putin e a Duma, câmara baixa do parlamento russo, já declararam apoiar a incorporação da Crimeia na Rússia, apesar das condenações e sanções do ocidente.
De acordo com os números finais, 96,77% dos eleitores da Crimeia que votaram no referendo de domingo aprovaram uma união com a Federação Russa e na segunda-feira o parlamento local declarou a independência da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação da Rússia.
O referendo é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscovo defende que se trata de uma consulta legítima.
As autoridades autónomas da Crimeia, que não reconhecem o novo Governo de Kiev, convocaram o referendo na sequência da deposição do Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, em fevereiro, após três meses de protestos maciços em Kiev em defesa da aproximação do país à União Europeia (UE).
Depois da destituição de Ianukovich, forças pró-russas assumiram o controlo da península, localizada no sul da Ucrânia.
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