França e Alemanha devem trabalhar por uma Europa "forte e soberana"
O novo Governo alemão afirmou hoje que está pronto para trabalhar com a França por uma Europa "forte e soberana", quando Paris se prepara para assumir a presidência do Conselho da União Europeia (UE) em 1 de janeiro.
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"Do primeiro ao último dia, podem contar com o apoio da Alemanha, com o meu apoio pessoal, assim como de todo o Governo federal alemão, para trabalharmos por uma Europa forte e soberana", declarou em Paris a nova ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, na sua primeira viagem ao estrangeiro desde que assumiu o cargo (na quarta-feira), assim como fará o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, que estará na capital francesa na sexta-feira.
"Que chamemos isto de autonomia estratégica ou soberania europeia, pouco importa o título, que já fez correr muita tinta. É a ideia por detrás que conta", acrescentou a ministra alemã numa conferência de imprensa ao lado do seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, que deve apresentar hoje à tarde as prioridades de Paris para a presidência francesa da UE no primeiro semestre de 2022, tem apelado veementemente desde o início do seu mandato por uma maior autonomia estratégica para a Europa.
Entretanto, esta ideia suscita algumas reservas, em particular entre os Estados-membros da Europa de Leste, que confiam sobretudo na NATO para a sua segurança e temem que uma defesa europeia reforçada venha a competir com a Aliança Atlântica.
Jean-Yves Le Drian, por sua vez, sublinhou que a Alemanha tem um "papel crucial a desempenhar" no Sahel, onde a França deseja envolver os seus parceiros europeus de forma mais ampla ao lado da sua força [militar anti-extremista] Barkhane.
Annalena Baerbock, colíder dos Verdes e que foi candidata à chancelaria alemã pelos ambientalistas nas eleições de setembro, saudou o projeto do imposto sobre as emissões de carbono nas fronteiras, que Paris deseja promover durante a sua presidência europeia.
Entretanto, a ministra alemã não escondeu as suas divergências com Paris em relação à energia nuclear, que o Presidente Macron quer incluir numa lista europeia de energias "verdes", abrindo acesso a um financiamento específico.
"É bem sabido que temos posições diferentes em relação à energia nuclear", disse Baerbock.
Annalena Baerbock e Jean-Yves Le Drian insistiram na importância da relação franco-alemã para a dinâmica europeia.
"A Alemanha não tem um amigo mais próximo do que a França", disse Baerbock.
Além disso, "precisamos de impulsos franco-germânicos muito fortes" para a Europa, insistiu a ministra alemã.
"Queremos investir neste contacto estreito" com a França, sublinhou Annalena Baerbock, acrescentando que, sem esta ligação, a UE "estaria numa posição mais fraca".
O ministro dos Negócios Estrangeiros de França observou a proximidade das posições do novo Governo alemão e do executivo francês na Europa.
"Estamos muito satisfeitos não apenas por ter um Governo [alemão] firmemente estabelecido antes da nossa presidência, mas também pela sua vontade de trabalhar connosco por uma Europa mais verde, mais social e mais soberana", disse Le Drian.
O social-democrata Olaf Scholz foi eleito na quarta-feira chanceler federal pelo Parlamento alemão (Bundestag), onde o partido (SPD) que lidera e os seus aliados na coligação governamental, os Verdes e os liberais (FDP), têm maioria.
O novo Governo alemão, tripartido e inédito a nível federal, é reconhecido como o mais igualitário da história da Alemanha, já que oito dos seus 16 ministérios serão ocupados por mulheres.
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