Etiópia: Abiy insta rebeldes de Tigray a renderem-se
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, instou hoje os rebeldes de Tigray a renderem-se, afirmando que as forças governamentais estão perto da vitória, uma semana após se ter comprometido a liderar as tropas no campo de batalha.
© Reuters
Mundo Etiópia
"A juventude de Tigray está a cair como folhas. Sabendo que está vencida, é dirigida por alguém que não tem visão nem um plano claro", disse Abiy, prémio Nobel da Paz 2019, num comentário difundido pelos 'media' estatais.
"Eles devem render-se hoje à força de defesa nacional etíope, às forças especiais, às milícias e ao povo", acrescentou o chefe do Governo etíope.
O vídeo hoje divulgado é o mais recente de uma série que mostra Abiy em uniforme militar, acompanhado por soldados num cenário que parece a região de Afar, palco dos combates das últimas semanas, em que os rebeldes tentam tomar o controlo de uma estrada estratégica entre o Djibuti e a capital da Etiópia, Adis Abeba.
No domingo, os 'media' estatais afirmaram que o exército controlava a cidade de Chifra e hoje Abiy declarou que estes êxitos militares se reproduzirão na fronte oeste, na região de Amhara.
"O inimigo foi vencido. Alcançámos uma vitória impensável com o comando oriental num dia. Agora, a oeste, vamos repetir essa vitória", disse.
O governo federal anunciou na semana passada que Abiy tem estado na linha da frente a liderar o exército na guerra contra as forças da Frente Popular de Libertação do Tigray, partido que governou a política etíope com mão de ferro entre 1991 e 2018, ano em que o atual primeiro-ministro chegou ao poder.
A guerra eclodiu em 04 de novembro de 2020, quando Abiy lançou uma ofensiva contra a TPLF, o partido então no poder em Tigray, vencedor com maioria esmagadora em eleições estaduais não autorizadas por Adis Abeba, a pretexto de uma alegada retaliação por um ataque a uma base militar federal e no culminar de uma escalada de tensões políticas.
Até agora, segundo a ONU, milhares de pessoas foram mortas e cerca de dois milhões foram forçadas a fugir das suas casas devido à violência.
Receios de que as forças estaduais afetas à TPLF e seus aliados pudessem tomar pelas armas a capital do segundo país mais populoso de África (mais de 110 milhões de pessoas) levaram a comunidade internacional a mobilizar esforços diplomáticos com o objetivo de pôr termo às hostilidades e de negociar um acordo entre as partes, até agora infrutíferos.
Na passada quarta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a um "cessar-fogo incondicional e imediato" na Etiópia para "salvar o país".
Vários países, incluindo o Reino Unido, França e Estados Unidos, apelaram aos seus nacionais para deixarem o país. As Nações Unidas começaram a retirar da Etiópia as famílias do seu pessoal internacional aí deslocado, processo que terá sido concluído esta semana.
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