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Iraquiano condenado na Alemanha a prisão perpétua por genocídio

Um tribunal alemão condenou hoje um iraquiano do grupo extremista Estado Islâmico (EI) a prisão perpétua por genocídio, ao ter deixado morrer de sede uma menina yazidi de 5 anos que tinha escravizado no norte do Iraque.

Iraquiano condenado na Alemanha a prisão perpétua por genocídio
Notícias ao Minuto

12:29 - 30/11/21 por Lusa

Mundo Alemanha

Os juízes do Tribunal Regional Superior de Frankfurt declararam Taha al-Jumailly, 29 anos, "culpado de genocídio, crimes contra a Humanidade que resultaram em morte, crimes de guerra e cumplicidade em crimes de guerra", entre outros, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Esta é a primeira vez no mundo que um tribunal decide que este tipo de crime contra a minoria étnico-religiosa yazidi constitui genocídio, já reconhecido como tal por investigadores da ONU.

A leitura do veredicto foi interrompida logo após o anúncio da sentença, uma vez que o condenado desmaiou.

Taha al-Jumailly, que se juntou às fileiras do EI em 2013, foi condenado por ter deixado morrer de sede a menina yazidi, que tinha "comprado como escrava" com a mãe, segundo a acusação.

O crime aconteceu no verão de 2015, na cidade iraquiana de Fallujah.

Por este crime, a sua ex-mulher, a alemã Jennifer Wenisch, 30 anos, já tinha sido condenada a 10 anos de prisão em outubro, por "crimes contra a Humanidade de que resultou a morte" da criança.

A mãe da menina, Nora B., contou ao tribunal a provação da filha, "amarrada a uma janela" no exterior da casa com temperaturas até 50°, de acordo com o procurador.

O iraquiano pretendia castigar a rapariga, de quem abusou, por ter urinado num colchão.

A minoria étnico-religiosa yazidi tem sido particularmente perseguida pelos jihadistas do EI, que escravizaram mulheres e mataram homens às centenas depois de terem invadido as montanhas Sinjar no noroeste do Iraque, em agosto de 2014.

A mãe da rapariga é representada por três advogados, incluindo a britânico-libanesa Amal Alamuddin Clooney, que colidera uma campanha para que estes crimes sejam reconhecidos como genocídio.

Nadia Murad, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 2018, uma antiga escrava sexual do EI da mesma aldeia que a vítima, é a outra líder da campanha.

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