Presidente do Chile pede comemorações pacíficas nas eleições de hoje
O presidente cessante do Chile, o conservador Sebastián Piñera, pediu que as comemorações das eleições de hoje decorram de forma respeitosa e pacífica, alegando que o "une o país é mais do que o separa".
© Lusa
Mundo Chile
"Peço, mais uma vez, para darmos ao mundo um exemplo de como funciona a democracia no Chile, de que somos capazes de resolver as nossas diferenças legítimas de forma pacífica", disse o chefe de Estado, após exercer o seu direito de voto em Santiago do Santiago.
Citado pela agência de notícias espanhola, Efe, Sebastián Piñera, que terminará o seu segundo mandato em março de 2022, disse ainda esperar que as celebrações dos resultados eleitorais decorram de forma "pacífica e respeitosa, como cabem na democracia".
Nas eleições gerais de hoje, poderão ir às urnas cerca de 15 milhões de chilenos para eleger o novo presidente e também deputados e senadores que tomarão assento no Congresso nacional.
As sondagens indicam que nenhum dos sete candidatos presidenciais deverá obter os 50% dos votos mais um, necessários para ganhar hoje à primeira volta, e que o deputado de esquerda Gabriel Boric e o advogado de ultra-direita José Antonio Kast são os favoritos a passar à segunda volta de 19 de dezembro.
Uma das incógnitas das eleições é participação dos eleitores, já que desde 2012 nenhuma eleição ultrapassou os 50% de votantes inscritos, com exceção de um referendo sobre uma nova Constituição realizado em outubro de 2019 (50,9%).
Estas eleições são consideradas as mais relevantes deste século, num contexto de crise social e política e de um processo constituinte considerado o culminar da transição iniciada em 1990, finda a ditadura militar de Pinochet.
Uma inflação galopante, um sistema de pensões descapitalizado e uma desigualdade acentuada pela pandemia de covid-19 são os principais desafios colocados ao próximo presidente do Chile, país há dois anos mergulhado na mais grave crise das últimas três décadas, que deixou de ser o "oásis" que era antes de outubro de 2019, altura em que se iniciaram os mais graves protestos populares desde a ditadura.
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