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Justiça francesa exige perpétua para acusado de matar idosa judia

A justiça francesa exigiu hoje prisão perpétua para um dos arguidos acusados do assassínio de uma idosa judia, que foi esfaqueada 11 vezes, antes de ser queimada no seu apartamento, em Paris, em 2018, num crime considerado antissemita.

Justiça francesa exige perpétua para acusado de matar idosa judia
Notícias ao Minuto

22:38 - 09/11/21 por Lusa

Mundo Paris

Ao outro acusado foi pedida uma pena de 18 anos de cadeia.

Yacine Mihoub, de 32 anos, é "o único perpetrador", "o único responsável pelo assassínio particularmente selvagem de [Mireille] Knoll", disse o procurador-geral Jean-Christophe Muller.

De acordo com Jean-Christophe Muller, Mihoub agiu assim, porque Mireille Knoll "encontrava-se num estado vulnerável", muito debilitada pela doença de Parkinson, considerando que o crime ocorreu num "contexto de antissemitismo".

A acusação requereu prisão perpétua, com um período de segurança de 18 anos, contra Yacine Mihoub.

Em relação a Alex Carrimbus, de 25 anos, o procurador-geral indicou que "não é cúmplice, nem coautor do homicídio", mas por "contaminação", o caráter antissemita "também lhe é imputável".

Jean-Christophe Muller exigiu também três anos de prisão para a mãe de Yacine Mihoub, Zoulikha Khellaf, que é acusada de destruir objetos de prova e limpar a faca usada para matar Mireille Knoll.

Os dois arguidos com histórico criminal -- com seis e nove condenações, respetivamente -- encontram-se na prisão. Desde a data do crime, Yacine Mihoub e Alex Carrimbus têm disponibilizado informações contraditórias, negando serem os autores do assassínio.

"É uma acusação severa, mas justa e humana", reagiu o advogado da família da vítima, Me Gilles-William Goldnadel.

Por seu turno, o advogado de Yacine Mihoub, Charles Consigny castigou nas suas alegações uma acusação de "termos medievais" e um julgamento que "reduzia [o seu cliente] à sua religião".

"É um crime de raiva, é tudo menos um crime hediondo", salientou, por sua vez, Karim Laouafi, defesa de Alex Carrimbus, pedindo ao coletivo de juízes a absolver o seu cliente das acusações de furto qualificado.

Em março de 2018, os dois homens foram acusados de homicídio voluntário motivado "pela religião a que supostamente a vítima pertencia" e também por roubo agravado".

O corpo de Mireille Knoll, de 85 anos, uma sobrevivente das perseguições nazis em França durante a II Guerra Mundial, foi encontrado no apartamento onde vivia sozinha, em Paris. O cadáver tinha sinais de ter sido apunhalada e queimada.

Numa reação ao progresso da investigação, na ocasião, o presidente francês Emmanuel Macron expressou a sua "emoção com o horrível crime contra Mireille Knoll" e reafirmou a sua "absoluta determinação no combate ao antissemitismo", numa mensagem na sua conta da rede social Twitter.

Em comunicado, o ministro do Interior, Gérard Collomb, congratulou-se com "a extrema velocidade" com que os suspeitos foram identificados e detidos e assegurou que "todos os meios necessários serão mobilizados para esclarecer as motivações deste ato de barbárie que lembra as horas mais sombrias da nossa história".

"Atacar um judeu", acrescentou Collomb, "é atacar a França e os valores que constituem a própria fundação da nação".

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