Argélia denuncia ataque de Marrocos como "ato terrorista" em carta à ONU
O Governo argelino denunciou numa carta enviada à ONU a "extrema gravidade" da morte de três civis nacionais num bombardeamento atribuído a Marrocos contra camiões comerciais no Saara Ocidental, classificando o ataque como um "ato terrorista injustificado".
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Mundo ONU
Numa mensagem ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Argélia, Ramtane Lamamra, expressa a indignação do seu país, sublinhando "a extrema gravidade do ato de terrorismo de Estado em questão, que nenhuma circunstância pode justificar", segundo a agência de notícias EFE.
Ramtane Lamamra adverte que tal ação "ameaça a segurança regional".
"O recurso do Estado ocupante [Marrocos] a armas sofisticadas e ao assassínio para obstruir a livre circulação de veículos comerciais num espaço territorial sobre o qual não tem direitos constitui um ato direto e acarreta riscos iminentes para a segurança e estabilidade no Saara Ocidental e em toda a região", afirmou o ministro argelino na carta, que também dirigiu aos embaixadores acreditados em Argel.
O texto foi escrito apenas 24 horas depois de a Presidência da Argélia confirmar os rumores de um ataque no Saara Ocidental, que circulavam desde segunda-feira.
Num comunicado, a Presidência da Argélia declarou que os argelinos tinham o direito de responder e punir o que consideram ser "um ato de covardia" e um bombardeamento premeditado pelo exército marroquino no Saara Ocidental, que Marrocos ocupa desde 1975.
Familiares e camionistas amigos dos mortos contactados pela EFE indicaram que este não é o primeiro incidente do tipo a ocorrer numa rota comercial entre a cidade argelina de Ouargla e a capital da Mauritânia.
Três cidadãos argelinos foram mortos na segunda-feira num atentado bombista atribuído a Marrocos e que visou camiões que ligavam a Mauritânia à Argélia. Com cerca de 3.500 quilómetros de extensão, a estrada que liga Nouakchott a Ouargla, no sul da Argélia, segue ao longo do Saara Ocidental.
As tensões entre Rabat e Argel aumentaram recentemente e em agosto os dois países cortaram relações. A crise eclodiu após a normalização das relações diplomáticas entre Marrocos e Israel, em troca do reconhecimento pelos Estados Unidos da soberania marroquina sobre o Saara Ocidental.
Argélia apoia a Frente Polisário, que defende a independência do território face a Marrocos, que admite apenas uma autonomia.
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