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ONU condena "ataque inaceitável" a capacetes azuis na RCA

A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou quinta-feira "o ataque inaceitável", ocorrido na segunda-feira, aos 'capacetes azuis' egípcios na República Centro-Africana (RCA) pela guarda do presidente Faustin-Archange Touadéra, e exigiu um inquérito aos acontecimentos.

ONU condena "ataque inaceitável" a capacetes azuis na RCA
Notícias ao Minuto

06:15 - 05/11/21 por Lusa

Mundo RCA

O secretário-geral da ONU, António Guterres, recordou que "os ataques contra os soldados da paz das Nações Unidas podem constituir um crime de guerra" e apelou a um "inquérito sobre esse ataque inaceitável, para que os autores respondam rapidamente sobre os seus atos", afirmou Guterres, em comunicado do seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

Dez 'capacetes azuis' egípcios não armados da missão da ONU na RCA (MINUSCA, na sigla em Inglês) ficaram feridos na segunda-feira, dos quais dois gravemente, pela guarda presidencial que disparou sobre o seu autocarro, na capital, Bangui.

Os serviços de Touadéra justificaram os disparos acusando os militares egípcios de terem feito fotografias da residência do chefe de Estado, o que é proibido, e recusado parar a marcha do seu veículo.

Os 'capacetes azuis' "sofreram disparos continuados da guarda presidencial, sem aviso prévio, nem retaliação, e sem estarem armados", retorquiu a MINUSCA, em comunicado, na terça-feira.

Entretanto, Guterres enviou hoje as suas "profundas condolências à família enlutada do civil centro-africano que foi morto durante o incidente", avançou Dujarric.

A Presidência da RCA, tal como a Minusca, tinham reportado a morte de uma mulher atingida pelo autocarro dos 'capacetes azuis', quando este saía da zona depois do tiroteio.

Considerado o segundo país mais pobre do mundo, a RCA tem estado em convulsão interna, com uma guerra civil incluída, desde um golpe de Estado em 2013.

Este conflito perdura, mas baixou de intensidade desde há três anos, apesar de zonas inteiras do território do país continuarem fora do controlo do poder central.

A MINUSCA, colocada no país desde 2014, tem cerca de 12 mil militares e representa uma das operações de manutenção de paz mais caras da ONU, com um orçamento que supera mil milhões de dólares.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na intitulada Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonar as suas casas.

De acordo com dados disponibilizados na página oficial do Estado-Maior-General das Forças Armadas, estão empenhados na RCA 188 militares portugueses no âmbito da MINUSCA.

No âmbito da missão da União Europeia (EUTM-RCA) de formação e aconselhamento das forças de segurança e defesa, estão empenhados outros 20 militares.

Em 30 de setembro, a 10.ª Força Nacional Destacada (FND) para a RCA, composta por 180 militares, recebeu o Estandarte Nacional, prevendo-se que esteja operacional a partir de 15 de novembro.

O comandante desta FND, tenente-coronel Jorge Pereira, vai chefiar um grupo composto por 169 homens e 11 mulheres, sendo que, a maior parte -- 91 -, são militares do Regimento de Comandos, incluindo-se também três da Força Aérea.

Leia Também: RCA: Missão da ONU recebe reforço de 300 Capacetes Azuis ruandeses

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