Energia. Bruxelas espera "decisões certas" de países para aliviar preços

A comissária europeia da Energia, Kadri Simson, disse hoje esperar "decisões certas" dos Estados-membros da União Europeia (UE) para aliviar os consumidores numa altura de escalada de preços no setor energético, também marcada por posições divergentes dos países.

comissária europeia da Energia, Kadri Simson

© Getty Images

Lusa
26/10/2021 09:02 ‧ 26/10/2021 por Lusa

Economia

Crise/Energia

"Esta é uma reunião importante sobre a nossa resposta ao atual aumento dos preços da energia e, depois de na semana passada o Conselho Europeu nos ter dado um mandato claro para avançarmos com o nosso trabalho [...], para mim é muito importante ouvir as opiniões de todos os ministros porque as circunstâncias diferem em toda a Europa e é necessário um enquadramento geral para [os países] tomarem as decisões certas", declarou a responsável pela tutela.

Afirmando esperar uma "discussão aprofundada" sobre a matéria, Kadri Simson assinalou que a Comissão já recebeu "várias posições" de diferentes países, dada a divulgação de documentos não oficiais antes da reunião de hoje.

"Espero ouvir mensagens claras de ministros e quais são as suas expectativas sobre medidas a médio prazo, o que também significa que temos de começar já a atuar, apesar de os resultados dessas ações serem previstos para os próximos anos e não para as próximas semanas", concluiu.

Os ministros da Energia da UE vão hoje reunir-se, num encontro extraordinário, em altura de escalada de preços dos mercados da luz e do gás, visando uma coordenação nas medidas nacionais de mitigação e de apoio.

Na véspera da reunião, nove países europeus (Áustria, Alemanha, Luxemburgo, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Irlanda, Letónia e Holanda) divulgaram uma declaração conjunta contra os apelos para uma reavaliação do formato do mercado de eletricidade da UE (que têm sido feitos principalmente por Espanha e França) e do regulamento sobre comércio de emissões.

Já durante a noite, Espanha respondeu a esta posição dos países nórdicos com outro documento não oficial questionando o funcionamento do mercado de eletricidade da UE, interligado com o do gás: "Cada aumento de um euro por MWh [megawatt/hora] no preço do gás natural representa 2,7 mil milhões de euros por ano em custos adicionais de eletricidade, [...] desviando recursos da transição energética e da recuperação económica e a cada dia que passa piora".

Portugal estará representado na reunião pelo representante permanente adjunto junto da União Europeia, Pedro Lourtie.

A Comissão Europeia apresentou, em meados de outubro, uma "caixa de ferramentas" para orientar os países da UE na adoção de medidas ao nível nacional, numa altura em que a escalada dos preços da luz -- devido à subida no mercado do gás, à maior procura e à descida das temperaturas -- ameaça exacerbar a pobreza energética e causar dificuldades no pagamento das contas de aquecimento neste outono e neste inverno.

No âmbito dessa comunicação, Comissão Europeia propôs aos Estados-membros que avancem com 'vouchers', reduções temporárias ou moratórias para aliviar as contas da luz aos consumidores mais frágeis, sugerindo ainda uma investigação a "possíveis comportamentos anticoncorrenciais".

O executivo comunitário sugeriu ainda aos países que avaliassem "potenciais benefícios" de uma aquisição conjunta voluntária de reservas de gás.

Portugal é um dos seis Estados-membros da União Europeia que já avançou com medidas de apoio para enfrentar a crise energética após orientações da Comissão Europeia, disse à agência Lusa fonte comunitária.

Leia Também: Nuclear. Negociadores europeu e iraniano reúnem-se em Bruxelas

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