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Sudão: Pelo menos três mortos em manifestações contra golpe de Estado

Pelo menos três pessoas morreram hoje devido a ferimentos de bala durante manifestações contra o golpe militar no Sudão, que interrompeu o processo de transição democrática iniciado após o afastamento de Omar al-Bashir, em abril de 2019.

Sudão: Pelo menos três mortos em manifestações contra golpe de Estado
Notícias ao Minuto

18:47 - 25/10/21 por Lusa

Mundo Sudão

"Confirmou-se a morte de um terceiro mártir por disparos das forças do conselho militar golpista", escreveu o Comité Central de Médicos do Sudão, na rede social Facebook, que acrescentou que o número de feridos é agora superior a 80.

O Comité Central de Médicos, que tem tratado manifestantes desde a revolução que afastou Al-Bashir, disse que ainda está, no entanto, a contar as baixas, segundo a agência noticiosa Efe.

Por sua vez, a Associação dos Profissionais do Sudão, que liderou os protestos durante a revolução, alertou os manifestantes que os militares estão a tentar remover as barricadas em várias partes do país para facilitar o movimento e "continuar com a campanha de detenções".

"Avisámos os revolucionários para evitarem o enfrentamento e os confrontos com estes criminosos", alertaram, numa declaração citada pela Efe, na qual pediram também a "proteção das barricadas durante a noite".

O primeiro-ministro sudanês, Abdalla Hamdok, assim como a sua mulher, vários ministros e representantes proeminentes da sociedade civil sudanesa, foram hoje detidos pelos militares.

O presidente do Conselho Soberano sudanês, o mais alto órgão de poder no processo de transição do Sudão, general Abdel-Fattah al-Burhan, dissolveu hoje o Governo e o próprio conselho, horas depois de os militares prenderem o primeiro-ministro.

Al-Burhan leu uma declaração na televisão estatal sudanesa, na qual anunciou a instauração de um estado de emergência em todo o país entre um conjunto de nove pontos, que incluíram a dissolução do Governo e do Conselho Soberano, assim como a suspensão de vários artigos do documento constitucional que lançou as bases para a transição após o derrube de Omar al-Bashir em abril de 2019.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou o golpe de Estado em curso no Sudão, tendo pedido aos militares para "respeitarem a ordem constitucional (...) e se retirarem das ruas".

A União Europeia também se manifestou "muito preocupada" com as notícias de um golpe de Estado no Sudão e apelou à "rápida libertação" dos dirigentes civis do Governo, assim como ao restabelecimento "urgente" das comunicações no país.

A União Africana (UA) apelou à "retoma imediata" do diálogo no Sudão, pela voz do presidente do órgão executivo da organização, Moussa Faki Mahamat, que disse ter tomado "conhecimento com profunda consternação dos graves desenvolvimentos" no país.

Estados Unidos da América, Alemanha e França, entre outros países, condenaram igualmente o golpe de Estado e apelaram à libertação dos dirigentes civis sudaneses.

Leia Também: Sudão. ONU condena "golpe militar" e exige libertação do PM

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