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Socialistas em convenção para divulgar candidatura de Anne Hidalgo

A "Convenção por uma República Social e Ecológica" que se realiza no sábado, em Lille, vai dar o pontapé de saída à campanha para as presidenciais da candidata socialista Anne Hidalgo, que procura subir nas sondagens.

Socialistas em convenção para divulgar candidatura de Anne Hidalgo
Notícias ao Minuto

08:44 - 22/10/21 por Lusa

Mundo França

Anne Hidalgo, autarca de Paris, foi escolhida formalmente no fim de semana passado, com 72% dos votos, como a candidata do Partido Socialista às eleições presidenciais, no entanto para a sua caminhada até ao Eliseu, não parte na melhor posição.

Dos principais candidatos já declarados, e também alguns não declarados, Anne Hidalgo tem tido dificuldades a arrancar nas sondagens, mantendo-se abaixo de candidatos como o ecologista Yannick Jadot ou do líder da extrema-esquerda, Jean-Luc Melenchon.

A anos-luz em termos de popularidade e já com dois dígitos, aparece Marine Le Pen, o potencial candidato da direita Xavier Bertrand e até o polémico Eric Zemmour.

No topo das preferências dos franceses, continua a dominar Emmanuel Macron. Conotada com algumas medidas impopulares na região parisiense, como a retirada dos carros das margens do Sena, e a contínua luta para retirar veículos da cidade, Anne Hidalgo vai ter de lutar para se tornar a favorita dos franceses.

Assim, para lançar oficialmente a sua campanha, a presidente da Câmara de Paris, vai até ao norte procurar ajuda. Liderada há 20 anos por outra mulher forte da esquerda, Martine Aubry, Lille e o norte de França são um lugar ainda seguro para os socialistas, que depois de 2017 têm um grupo muito reduzido de deputados, mas mantêm poder nalgumas regiões.

Antiga líder dos socialistas e, em tempos, com fortes esperanças em chegar ao Eliseu, as duas mulheres conhecem-se desde o final dos anos 1990: Martine Aubry foi ministra do Trabalho e da Solidariedade entre 1997 e 2000, sob a liderança de Lionel Jospin.

Foi nessa altura que conheceu uma jovem inspetora do trabalho, Anne Hidalgo. Trouxe-a para o seu gabinete, tornando-a sua conselheira técnica - Hidalgo é casada com o chefe de gabinete de Martine Aubry em Lille, o socialista Jean-Marc Germain - e aí começou uma frutuosa parceria política que só azedou em 2012, devido a disputas internas nas listas de Paris.

Esse episódio parece estar no passado e Martine Aubry mostra-se hoje novamente como um dos grandes apoios de Hidalgo, estando ao seu lado desde o anúncio da vontade da autarca de chegar ao Palácio do Eliseu (residência oficial do Presidente da República). Também outros socialistas de peso como Carole Delga, presidente da região da Occitânia ou o autarca de Montpellier, Michaël Delafosse, estão ao lado da candidata.

E é nesta ligação aos autarcas que vai assentar a candidatura de Hidalgo, com a estratégia de campanha que vai começar já este sábado em Lille em assentar nos autarcas socialistas e equipas mobilizadas localmente para dar a conhecer o programa e a figura de Anne Hidalgo.

Entre algumas das propostas já avançadas está o aumento dos salários dos professores, assim como mais pessoal nas escolas. Também a criação de um salário para quem tem a seu cargo pais ou filhos doentes ou desenvolve um trabalho comunitário importante, é algo já apresentado pela candidata, que ainda não divulgou um programa completo.

Anne Hidalgo tem ainda outro desafio que é fazer face a uma luta fratricida contra o antigo ministro de Hollande, Arnaud Montebourg, que decidiu avançar para as presidenciais mesmo sem o apoio dos socialistas.

Apesar de não se destacar por enquanto nas sondagens, Montebourg tem repetido que Hidalgo "é filha espiritual de François Hollande", um nome ao qual não se deve estar associado para quem pretende vencer as eleições presidenciais de 2022.

Leia Também: França: Anne Hidalgo será a candidata socialista às presidenciais de 2022

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