Sánchez considera "conveniente" que Juan Carlos I preste esclarecimentos
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, considerou quinta-feira que "seria conveniente" que o rei emérito, Juan Carlos I, esclarecesse as "informações perturbadoras que abalam a confiança" da população nas instituições, que são "contraproducentes" para o que fez de bom.
© PETRAS MALUKAS/AFP via Getty Images
Mundo Espanha
A Procuradoria do Supremo Tribunal de Espanha prevê arquivar as três investigações abertas sobre os fundos de Juan Carlos I no estrangeiro, há mais de um ano, por não encontrar indícios de crime.
Em entrevista ao canal de televisão La Sexta, Pedro Sanchéz disse não saber se o rei emérito, que mora em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) desde agosto de 2020, quer voltar a Espanha, mas acredita que deve dar explicações aos espanhóis sobre essas questões.
"Na minha opinião, sim, seria conveniente para o rei Juan Carlos dizer qual é a sua opinião sobre todos esses factos. [...] É uma informação preocupante que mina a confiança do povo espanhol nas instituições, é muito contraproducente até pelas coisas boas que fez durante o seu reinado", comentou.
O presidente do governo espanhol assinalou ainda que, estando em Estado de direito, não tem nada a dizer sobre o eventual arquivamento das investigações pelo Ministério Público, devido à imunidade que o protegeu durante o período que Juan Carlos reinou.
Além disso, destacou que "nenhum exercício de favorecimento está a ser feito ao rei Juan Carlos", já que "todos os espanhóis seriam tratados perante a Autoridade Tributária, o Ministério Público e eventualmente o poder judicial, se isso acontecesse, da mesma maneira".
No inicio do mês, o rei emérito de Espanha, Juan Carlos I, admitiu ter-se instalado nos Emirados Árabes Unidos (EAU) para não incomodar a coroa espanhola.
Juan Carlos vive nos EAU desde agosto de 2020, depois do início de uma investigação pela Procuradoria do Supremo Tribunal de Espanha ligada a uma suposta relação do monarca em negócios irregulares e ilícitos no estrangeiro.
O Ministério Público espanhol mantém abertas várias investigações sobre Juan Carlos I.
A principal incide sobre a arrecadação de 65 milhões de euros em supostas comissões nas obras do comboio de alta velocidade Medina-Meca (Arábia Saudita), em que um consórcio de empresas espanholas assumiu o controlo, montante que, em 2012, Juan Carlos terá doado a uma amiga próxima, Corinna Larsen.
O Ministério Público também mantém uma investigação para determinar se Juan Carlos recebeu doações não declaradas e se escondeu fundos em paraísos fiscais.
Simultaneamente, o Tesouro espanhol está a analisar se as duas regularizações fiscais feitas por Juan Carlos estão em conformidade com a lei.
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