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Líbano. França "preocupada" com incidentes apela ao apaziguamento

França apelou hoje ao "apaziguamento" após uma manifestação no Líbano contra o juiz encarregado da investigação da explosão no porto de Beirute que degenerou em violência e provocou pelo menos seis mortes e cerca de 30 feridos.

Líbano. França "preocupada" com incidentes apela ao apaziguamento
Notícias ao Minuto

14:58 - 14/10/21 por Lusa

Mundo Líbano

Segundo Anne-Claire Legendre, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, a França reitera a necessidade de a justiça libanesa "ser capaz de trabalhar de forma independente e imparcial". 

"A França expressa a sua viva preocupação face aos recentes obstáculos criados para o bom andamento da investigação sobre a explosão ocorrida no porto de Beirute, a 04 de agosto de 2020, e a violência que ocorreu neste contexto. Apela a todos que criem condições para apaziguar a situação", afirmou a porta-voz,

Os partidos xiitas Amal e Hezbollah, que organizaram a manifestação, relataram que vários de seus apoiantes foram mortos ou gravemente feridos num ataque realizado por francoatiradores durante os protestos.

Os manifestantes dirigiam-se ao Palácio da Justiça para protestar contra o juiz Tarek Bitar, a quem acusam de "politizar" a investigação da explosão no porto de Beirute, em 2020, depois de o magistrado ter convocado, esta semana, dois ex-ministros do movimento Amal para depor.

A manifestação ocorreu no mesmo local onde os familiares das vítimas da explosão no porto de Beirute se reúnem regularmente para exigir que a investigação seja concluída.

A investigação em causa, que já dura há 14 meses, foi iniciada para determinar os responsáveis pela explosão que aconteceu a 04 de agosto de 2020 no porto de Beirute e que provocou 214 mortos, mais de 6.500 feridos e a destruição de vários bairros da cidade.

A explosão foi provocada pelo armazenamento sem segurança e durante vários anos de uma enorme quantidade de nitrato de amónio, situação que vários antigos responsáveis políticos já reconheceram que conheciam antes da tragédia.

"A França tem apoiado em todas as etapas as investigações à explosão do porto e respondeu a todos os pedidos que lhe dirigiram no âmbito da investigação libanesa. Continuará a fazê-lo. A justiça libanesa deve ser capaz de trabalhar de maneira independente e imparcial dentro da estrutura desta investigação, sem obstáculos e com o total apoio das autoridades libanesas", sublinhou Anne-Claire Legendre.

A porta-voz lembrou que os libaneses "têm direito à verdade" e que estão à espera das conclusões sobre os motivos da explosão.

A reação de Paris foi em tudo idêntica à avançada horas antes pela Comissão Europeia (CE), que, segundo o porta-voz do executivo comunitário, Peter Stano, pediu contenção às autoridades libanesas, na sequência do tiroteio durante a manifestação.

"Os libaneses não precisam de mais confrontos, mais sofrimento e mais mortes. Lamentamos que tenha havido mortos e feridos no protesto de hoje e pedimos calma e moderação", disse Stano.

O porta-voz de Bruxelas sublinhou que "os líderes políticos" do Líbano "têm responsabilidade pelo que está a acontecer" e pediu-lhes garantias de que a investigação sobre a explosão irá continuar "de forma transparente, imparcial e independente".

"Os libaneses aguardam respostas legítimas para as suas perguntas legítimas", lembrou Stano, avisando que, "se necessário, será reaberto o debate sobre a necessidade de impor sanções" aos responsáveis libaneses por esta situação.

Leia Também: Bruxelas pede contenção no Líbano após protesto com vários mortos

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