Um barco de pesca foi localizado pela Guarda Costeira grega a cerca de 17 milhas náuticas ao sul da pequena ilha de Gavdos, localizada ao sul de Creta, e os migrantes foram resgatados por um navio que estava na região sob bandeira das Bahamas, declarou uma porta-voz da Guarda Costeira grega à agência de notícias EFE.
Embora o plano inicial fosse levar os migrantes resgatados para um porto em Creta, os migrantes serão transportados pelo navio que os resgatou para o porto de Lavrio, perto de Atenas, sob a proteção de um barco da Guarda Costeira, acrescentou a porta-voz.
Desde o passado domingo, mais de 1.600 migrantes foram resgatados ao sul de Creta.
Entre 01 de janeiro e 22 de junho, as autoridades gregas registaram a chegada de 7.051 migrantes à ilha, mais do triplo do número registado no mesmo período do ano passado.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), um total de 19.000 pessoas chegaram irregularmente à Grécia entre 01 de janeiro e 30 de junho de 2025, 7.140 destas só em Creta.
Creta não dispõe de centros de acolhimento permanentes como as ilhas de Samos e Lesbos, no Mar Egeu Oriental, pelo que as autoridades cretenses enfrentam dificuldades significativas para acolher os refugiados e satisfazer as suas necessidades básicas.
O ministro das Migrações grego, Thanos Plevris, reuniu-se na terça-feira - juntamente com os seus homólogos de Itália e Malta - com o comissário europeu para os Assuntos Internos e Migração, Magnus Brunner, e com o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional (GUN) da Líbia, Abdul Hamid Mohamed Dbeibah, em Tripoli, para abordar a questão da migração irregular.
A reunião abordou a potencial colaboração regional para conter a migração irregular e procurar formas de reforçar a segurança nas fronteiras.
"A Creta está sob uma enorme pressão e queremos evitar isso. A Líbia não fica longe da Grécia, por isso o que afeta aquele país também nos afeta", disse Plevris, em Trípoli.
A delegação europeia, liderada por Brunner, deveria também se reunir com o chefe do Governo no leste da Líbia, Osama Hamad, que controla as zonas de onde partem alguns dos barcos para Creta, mas foi expulso por alegadamente violar as normas diplomáticas antes da reunião.
A regra, que Hamad alega ter sido violada, estabelece que os membros das missões internacionais devem ter "autorização oficial" para entrar, sair ou viajar dentro do país magrebino.
Leia Também: Ataque israelita no Líbano faz 3 mortos, incluindo um líder do Hamas