"O número aproximado é de 73 lugares", disse um porta-voz da fação de Al-Sadr, após contar o número de candidatos vitoriosos nas eleições.
Um funcionário da comissão eleitoral iraquiana -- que falou sob a condição de anonimato - disse que a fação de Al-Sadr estava, de facto, "na liderança" na contagem de votos, de acordo com resultados preliminares.
Se esta tendência se confirmar, a fação de Al-Sadr conseguirá aumentar consideravelmente a sua presença no Parlamento, passando dos 54 deputados que detém atualmente para mais de 70.
Esse resultado permitirá ainda manter o seu estatuto de primeira formação política no Iraque, preservando a sua influência na composição do futuro Governo e a nomeação do primeiro-ministro.
Outra tendência que se pode observar nos resultados preliminares é o avanço do partido da Aliança para o Estado de Direito, do ex-primeiro-ministro Nouri al-Maliki, que assegura ter garantido 37 lugares no Parlamento.
A segunda força política na legislatura cessante, a coligação Hachd al-Chaabi - que entrou no Parlamento em 2018, após uma vitória contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) - parece estar em declínio, de acordo com observadores.
Analistas acreditam que, além da distribuição de lugares num Parlamento que promete ser fragmentado, a ausência de uma maioria clara forçará as diferentes fações a negociar alianças.
Num país dividido entre as suas ligações ao Irão e aos Estados Unidos, as diferentes forças políticas deverão iniciar longas negociações para chegar a um acordo para a nomeação de um novo primeiro-ministro - cargo que tradicionalmente cabe a um muçulmano xiita - mas também para a distribuição de pastas ministeriais.
O partido Taqadom - do influente chefe do Parlamento, Mohamed al-Halboussi, um sunita - afirma ter obtido "mais de 40 lugares no Parlamento".
Estas eleições legislativas, as quintas desde 2003 e desde a queda do ditador Saddam Hussein após a invasão americana ao Iraque, foram marcadas por uma abstenção recorde de quase 60%.
As eleições de domingo foram inicialmente agendadas para 2022, depois de terem sido prometidas pelo primeiro-ministro Moustafa al-Kazimi, que as marcou para acalmar o movimento de protesto nascido em outubro de 2019, que denunciou a corrupção, uma economia paralisada e serviços públicos falidos.
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