Merkel apela à Bielorrússia para que ajude os migrantes
A chanceler alemã, Angela Merkel, apelou hoje à Bielorrússia para ajudar os migrantes, em vez de tentar enviá-los para o outro lado da fronteira com a União Europeia (UE), descrevendo tais ações como "ataques híbridos".
© Reuters
Mundo UE
Em visita à Polónia, a líder alemã referia-se ao atual afluxo de migrantes, na sua maioria provenientes do Médio Oriente, para vários países do leste da UE - Lituânia, Letónia e Polónia -- através da Bielorrússia.
"A Bielorrússia deve compreender que pessoas indefesas de outras regiões estão a ser utilizadas como alvo de ataques híbridos", afirmou Angela Merkel numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, considerando esses ataques "completamente inaceitáveis".
As organizações humanitárias deveriam poder ajudar estes migrantes, afirmou a chanceler, acrescentando que "a Polónia também deveria estar aberta" a esta ideia, que Merkel já levou ao Presidente russo, Vladimir Putin.
A UE suspeita que o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, está a encorajar os migrantes que chegam ao seu país a atravessarem a fronteira em direção aos países da União Europeia com que a Bielorrússia faz fronteira -- Letónia, Lituânia e Polónia -, em retaliação a sanções impostas contra o seu regime.
Milhares de migrantes atravessaram ou tentaram atravessar essas fronteiras nos últimos meses, num fluxo sem precedentes.
A Polónia respondeu enviando 2.000 soldados para a linha de fronteira com a Bielorrússia, e iniciou a construção de uma cerca de arame farpado, introduzindo o estado de emergência nessa zona do país.
Os críticos do governo populista de direita da Polónia acusam-no de utilizar a questão da imigração para fins eleitorais e de não prestar assistência aos migrantes.
Merkel fez questão de deixar claro que esta é a sua última visita a Varsóvia enquanto chanceler alemã, cargo que deixará após as eleições de 26 de setembro.
A chefe do Governo alemão viajará para Paris na próxima quinta-feira para um último jantar de trabalho com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
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