Segundo disseram hoje os responsáveis da operação, em conferência de imprensa, esta é a maior operação do ano contra tráfico de marijuana em Espanha, embora a maioria dos detidos sejam albaneses.
Uma parte do grupo organizado cultivava marijuana em várias cidades espanholas, enquanto outra parte a distribuía a partir da Alemanha para outros países europeus, onde o preço é cinco vezes superior ao praticado em Espanha.
Durante as 51 buscas efetuadas em quatro províncias espanholas, foi apreendida uma tonelada de marijuana processada e cerca de 25.000 plantas.
A investigação começou em 2020, quando a polícia espanhola detetou uma "complexa rede de facilitadores", trabalhadores dos setores imobiliário e elétrico, que alegadamente davam cobertura a um grupo organizado de origem albanesa para se estabelecer em Espanha.
A polícia alemã neutralizou um carregamento de marijuana processada de Espanha e, numa primeira fase da operação, deteve três albaneses e apreendeu 100 quilos de marijuana, 700 gramas de cocaína e mais de 2.000 euros em dinheiro vivo.
Agentes espanhóis, com a cooperação das autoridades alemãs, albanesas e da Europol -- a agência policial europeia -- identificaram os chefes da organização criminosa, um clã familiar de origem albanesa com residência na Alemanha e em Espanha, tendo localizado um dos seus líderes.
A pista seguinte chegou em maio deste ano, noutro carregamento com destino ao território germânico que foi intercetado, com 100 quilos de rebentos de marijuana escondidos na carga de um camião, enquanto em Espanha foi desmantelado um cultivo de 1.170 plantas e foram detidos três albaneses.
O golpe final chegou algumas semanas depois, em 13 de julho, com uma operação conjunta que envolveu polícias espanhóis, alemães, albaneses e da Europol, envolvendo cerca de 400 agentes que efetuaram 42 buscas em quatro províncias espanholas.
Para além das drogas apreendidas, foram também confiscados cerca de 70.000 euros em dinheiro vivo, um revólver, uma caçadeira de canos serrados, um inibidor de frequência e três veículos, dois dos quais de gama alta.
Além disso, a Europol estimou que a rede utilizou mais de 1,6 milhões de euros em eletricidade roubada para gerir os cultivos.