"A União Europeia manifesta firme apoio ao recente anúncio de uma trégua e ao subsequente desanuviamento das tensões em Tripoli", anunciou a UE, através de um comunicado do porta-voz da diplomacia dos 27.
"No entanto, estamos profundamente preocupados com os relatos de vítimas civis e de destruição significativa de infraestruturas civis", acrescentou a UE, transmitindo a solidariedade do bloco às vítimas e às respetivas famílias.
A UE pediu a responsabilização dos responsáveis.
A diplomacia comunitária considerou "imperativo que a trégua seja mantida e que todas as partes envolvidas se empenhem - sem demora - num diálogo genuíno para resolver todos os diferendos pendentes de forma pacífica e construtiva".
Os 27 pediram a todas as partes para apoiarem os "louváveis esforços de mediação e de desanuviamento que estão a ser desenvolvidos pela Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL)", referiu na mesma nota.
A UE declarou-se empenhada em colaborar com "todos os parceiros líbios e internacionais que partilham das mesmas ideias" para "assegurar o regresso à calma em Tripoli e o rápido reatamento do processo de mediação facilitado pela UNSMIL com vista a uma solução política duradoura".
O Governo de Unidade Nacional (GUN) da Líbia anunciou o início de um cessar-fogo alcançado com as milícias envolvidas para restaurar a calma na capital após violentos confrontos desde segunda-feira à noite.
O Ministério da Defesa do GUN pediu a todas as partes a "respeitarem plenamente o cessar-fogo e a absterem-se de declarações provocatórias ou de qualquer movimento no terreno que possa reacender as tensões".
Os confrontos armados na capital líbia fizeram pelo menos seis mortos, entre os quais um civil, e 20 feridos, indicou Mohamed Abdelwahab, vereador da câmara municipal de Tripoli e responsável pelo pelouro da Saúde.
Na segunda-feira, seis pessoas morreram nos confrontos desencadeados pela morte do poderoso líder Abdel Ghani al-Kikli, cabecilha da milícia Stability Support Apparatus (SSA).
O alerta de segurança levou as escolas de Tripoli a suspender hoje as aulas, e várias companhias aéreas desviaram os voos para o aeroporto de Mitiga.
Por seu lado, a missão da ONU na Líbia (UNSMIL) alertou para o agravamento da instabilidade não só em Tripoli, mas em todo o país mediterrânico.
"Atacar e danificar infraestruturas civis, causar danos físicos a civis e pôr em perigo a vida e a segurança da população podem constituir crimes nos termos do direito internacional. Os responsáveis deverão responder pelos seus atos", advertiu a UNSMIL.
Mergulhada no caos desde a queda de Muammar Kadhafi, em 2011, a Líbia é governada por dois executivos rivais: o GNU, reconhecido pela ONU, sediado em Tripoli (oeste) e liderado por Abdelhamid Dbeibah, e um executivo em Benghazi (leste) controlado pelo marechal Khalifa Haftar e pelos filhos.
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