Morreu, esta terça-feira, o antigo presidente uruguaio José 'Pepe' Mujica, vítima de cancro.
"É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do nosso camarada Pepe Mujica. Presidente, militante, dirigente e líder. Vamos sentir muito a tua falta, meu velho. Obrigado por tudo o que nos deste e pelo teu profundo amor pelo teu povo", anunciou o presidente do país, Yamandú Orsi.
'Pepe' Mujica anunciou, no início deste ano, que estava em "vias de morrer" e revelou que o cancro, inicialmente diagnosticado no esófago, em maio do ano passado, se tinha espalhado.
Dessa forma, e devido ao estado de saúde, Mujica referiu que ia parar com os tratamentos.
Já ontem, segunda-feira, a sua esposa, Lucía Topolanski, revelou que o antigo chefe de Estado uruguaio estava numa Unidade de Cuidados Intensivos para aliviar as dores.
Note-se que depois de ser detetado o cancro no esófago, a doença espalhou-se para o fígado.
Apesar da doença, Mujica envolveu-se totalmente na campanha eleitoral para as presidenciais, ganha no início de dezembro pelo candidato da coligação de Esquerda da Frente Ampla, Yamandu Orsi.
Designado "o presidente mais pobre do mundo" por ter entregado a quase totalidade dos rendimentos de chefe de Estado a um programa de habitação social, José Mujica fez do Uruguai um Estado pioneiro na adoção de medidas progressistas como o aborto, o casamento homossexual ou a legalização do canábis, que foi mesmo uma novidade à escala mundial.
Antigo guerrilheiro, passou 13 anos preso, a sua maior parte dos quais sob a ditadura militar (1973-1985) e foi torturado, antes de ser deputado, senador, ministro e, por fim, presidente de um país em democracia.
[Notícia atualizada às 20h48]
Leia Também: Mujica anuncia que está "em vias de morrer" com cancro e despede-se