Ao mesmo tempo, o líder ucraniano disse estar pronto para "qualquer tipo de negociação" para pôr fim à guerra, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa.
"Estou à espera para ver quem chega da Rússia. Depois decidirei que medidas a Ucrânia tomará. Os sinais nos meios de comunicação social ainda não são convincentes", declarou Zelensky no discurso diário, referindo-se à incerteza sobre a participação do homólogo russo, Vladimir Putin.
Mencionou também a possível presença do Presidente norte-americano, Donald Trump, em Istambul, considerando que "este pode ser o argumento mais forte" para a deslocação de Putin, embora tenha sublinhou que "tudo isto está a ser decidido agora".
O líder ucraniano reiterou que a decisão sobre o cessar-fogo e o futuro da guerra está nas mãos de Moscovo.
"A Ucrânia está pronta para participar em qualquer formato de negociação, e não temos medo de reuniões", afirmou.
Até agora, a Rússia e a Ucrânia mantiveram o suspense sobre o formato das conversações de paz em Istambul, local da última reunião dos dois beligerantes, há três anos.
O Kremlin confirmou que vai enviar uma delegação à Turquia, onde já se encontra o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiga, mantendo-se ainda a dúvida sobre a participação do próprio Zelensky.
"A delegação russa aguardará a delegação ucraniana em Istambul", disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, na conferência de imprensa diária por telefone, sublinhando que a proposta de Putin de retomar as negociações com Kyiv "continua em vigor".
Donald Trump admitiu hoje possibilidade de viajar para a Turquia se Vladimir Putin fizesse o mesmo.
Nos últimos dias, Zelensky pediu ao homólogo russo que participasse pessoalmente nestas discussões, inicialmente anunciadas pelo líder do Kremlin e que visavam abrir um processo diplomático para encontrar uma solução para o conflito.
O Presidente russo, que apareceu publicamente várias vezes desde a oferta de Zelensky, manteve-se em silêncio sobre o assunto.
Segundo o conselheiro presidencial russo para os assuntos internacionais, Yuri Ushakov, a Rússia vai discutir questões políticas e técnicas com os negociadores ucranianos em Istambul.
Ushakov afirmou que "nessa base, serão selecionados os membros" da delegação ainda por anunciar pelo Kremlin.
Leia Também: Ucrânia: Conselho da Europa formaliza apoio à criação de tribunal especial