EUA impõem novas sanções ao Irão contra fabrico de mísseis balísticos

O Departamento do Tesouro norte-americano aplicou hoje novas sanções a indivíduos e empresas no Irão e na China, acusados de "ajudar o regime iraniano a fabricar localmente" mísseis balísticos intercontinentais.

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Lusa
14/05/2025 23:45 ‧ há 3 horas por Lusa

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Nuclear

"Os Estados Unidos não podem permitir que o Irão desenvolva mísseis balísticos intercontinentais", disse o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em comunicado.

 

"A busca contínua e irresponsável do regime iraniano por capacidades avançadas de mísseis balísticos, incluindo os seus esforços para os produzir localmente, representa uma ameaça inaceitável para os Estados Unidos e para a estabilidade regional", acrescentou.

Entre os sancionados, de acordo com o comunicado, estão seis indivíduos e 12 empresas acusados de ajudar Teerão a fabricar localmente "materiais essenciais" para o seu programa de mísseis balísticos, particularmente fibra de carbono.

As sanções económicas resultam no congelamento de bens detidos nos Estados Unidos pelos indivíduos e entidades visadas.

Proíbem também empresas sediadas nos EUA e cidadãos norte-americanos de fazerem negócios com as entidades alvo de sanções, sob pena de serem também sancionados.

O Departamento de Estado norte-americano aplicou esta semana novas sanções a responsáveis iranianos, visando travar o desenvolvimento de armas nucleares por Teerão.

As sanções anunciadas visam três cidadãos e a uma entidade iraniana com ligações à Organização de Inovação e Investigação Defensiva do Irão (conhecida pelo seu acrónimo persa, SPND), por alegado envolvimento em atividades que "contribuem materialmente ou correm o risco de contribuir materialmente para a proliferação de armas de destruição maciça".   

"O Irão continua a expandir substancialmente o seu programa nuclear e a levar a cabo atividades de investigação e desenvolvimento de dupla utilização aplicáveis a armas nucleares e a sistemas de lançamento de armas nucleares", frisou o Departamento liderado por Marco Rubio em comunicado hoje divulgado.   

No domingo, os Estados Unidos e o Irão concluíram uma quarta ronda de negociações nucleares, sem anunciar avanços significativos, mas mantendo um otimismo cauteloso.  

Iniciadas a 12 de abril, as rondas de negociações visam concluir um novo acordo para impedir o Irão de produzir armas nucleares - uma ambição que Teerão sempre negou - em troca do levantamento das sanções que estão a prejudicar a economia iraniana.  

O Irão admitiu na terça-feira aceitar limites temporários ao nível do enriquecimento de urânio, ressalvando que as conversações com os Estados Unidos ainda não entraram na fase de pormenores.

"Por um período limitado, podemos aceitar uma série de restrições ao nível e volume de enriquecimento", disse hoje o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Majid Takht-Ravanchi, citado pela agência de notícias Tasnim.

Atualmente, o Irão enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo nuclear internacional de 2015, enquanto é necessário um nível de 90% para uso militar.

Durante o primeiro mandato do Presidente Donald Trump (2017-2021), os Estados Unidos retiraram-se em 2018 do acordo entre o Irão e as principais potências mundiais para controlar o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, iniciou as novas rondas de negociações, reafirmando que o seu país continuará a enriquecer urânio, mas que "estará aberto a limitar a taxa de enriquecimento para ajudar a construir confiança".

As negociações entre o Irão e os Estados Unidos - que não mantêm relações diplomáticas desde 1980 - são as primeiras a este nível desde a saída dos EUA do acordo nuclear, em 2018.

Presidente dos Estados Unidos classificou hoje o Irão como "a força mais destrutiva" no Médio Oriente e garantiu que vai conseguir um acordo que garanta que os iranianos "nunca terão uma arma nuclear".

Numa intervenção em Riade, onde iniciou uma viagem de quatro dias pelo Médio Oriente, Trump assegurou, apesar do tom ameaçador contra Teerão, que não quer "inimigos permanentes" e mostrou-se favorável a um acordo nuclear com o Irão que garanta que esse país "nunca terá capacidade de armamento nuclear".

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, admitiu hoje que uma nova ronda de negociações nucleares com a Alemanha, a França e o Reino Unido possa decorrer na sexta-feira na Turquia.

Leia Também: Irão admite possibilidade de reunião com países europeus na Turquia

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