O plano, em fase de finalização, "precisa de um financiamento de 500 milhões de dólares" (cerca de 425 milhões de euros), focados na formação de recursos humanos, no crescimento "sustentável e inclusivo", na resposta aos impactos das alterações climáticas e na reforma do Estado, disse a ministra de Estado, Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Ilza Amado Vaz.
A ministra falava em Sevilha, no plenário da IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento das Nações Unidas, que decorre na cidade espanhola até quinta-feira.
Ilza Amado Vaz sublinhou que no mundo atual, marcado por tensões geopolíticas e económicas crescentes, conflitos armados, aumento dos extremismos e contração da ajuda pública internacional ao desenvolvimento, os países mais vulneráveis são os que sofrem mais impactos.
Juntam-se as "vulnerabilidades estruturais" de países como São Tomé e Príncipe, um pequeno Estado insular em vias de desenvolvimento, cujas fragilidades são agravadas pelos "choques climáticos e económicos repetidos".
"Mais de 80% da nossa esconomia está exposta" aos impactos do clima, disse a ministra são-tomense, que se dirigia a uma plateia onde estão representados 192 dos 193 países da ONU.
Ilza Amado Vaz realçou que esses impactos colocam em perigo os esforços de redução da pobreza e limitam a capacidade de resposta do Estado às necessidades fundamentais da população e pediu "Uma mudança de paradigma" na cooperação internacional e no acesso a recursos para financiar o desenvolvimento.
A ministra sublinhou que, apesar do "potencial estratégico", da "estabilidade política", da população jovem, da "biodiversidade excecional" e da posição geográfica vantajosa no Golfo da Guiné, persistem as vulnerabilidades estruturias em São Tomé e Príncipe.
Para o Governo são-tomense, os países em desenvolvimento e mais vulneráveis precisam de ter "acesso simplificado a instrumentos multilaterais" que permitam mobilizar mais fundos.
A ministra pediu também que os Pequenos Estados Insulares em Vias de Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) estejam representados de forma própria nos fóruns e mesas de negociação multilaterais, assim como "a criação de uma janela permanente de financiamento" para este grupo de países.
"Não há progresso se os mais vulneráveis ficarem para trás", afirmou.
A conferência de Sevilha da ONU sobre financiamento ao desenvolvimento ocorre dez anos após a anterior, na Etiópia, em 2015.
O plenário da conferência, que termina na quinta-feira, adotou formalmente na segunda-feira, no arranque dos trabalhos, o documento "Compromisso de Sevilha", um compromisso para a próxima década relativo à cooperação internacional e ao financiamento e o desenvolvimento, que a ONU calcula ter atualmente um défice de quatro biliões de dólares anuais.
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