Fontes da Procuradoria citadas pela agência de notícias espanhola EFE disseram que está em curso "uma investigação preliminar que inclui todas as diligências relacionadas com o caso", conduzida por um procurador que está a realizar "atos de investigação e a emitir ordens à Polícia Judiciária para apurar o alcance dos factos denunciados".
O alegado plano de Leyva foi revelado no domingo pelo jornal espanhol El País, com base em gravações que mostram que o ex-chefe da diplomacia colombiana se reuniu, há dois meses, com o congressista norte-americano Mario Díaz-Balart, numa tentativa de se aproximar de Marco Rubio, secretário de Estado da Administração de Donald Trump, e promover "pressão internacional" sobre Petro, visando colocar a vice-presidente, Francia Márquez, na chefia do Estado.
Márquez já pediu à Procuradoria que esclareça o caso.
Álvaro Leyva, político conservador de 82 anos, foi o primeiro chefe da diplomacia nomeado por Petro, em agosto de 2022, mas após a sua saída do Governo, no ano passado, tem acusado repetidamente o Presidente de sofrer de dependência de drogas -- algo que, segundo o El País, Leyva começou por tentar para afastar Petro da Presidência.
Numa das gravações divulgadas pelo jornal, Leyva dá a entender que contaria com o apoio da vice-presidente. No entanto, Márquez desmentiu essa versão no domingo, através de um comunicado, onde afirmou que "jamais" traiu ou questionou "a autoridade legítima do primeiro mandatário da Nação".
"Não existe a possibilidade de que me preste a conspirações. Não me movem o ressentimento nem a conveniência, e a quem acha que pode usar-me como instrumento das suas ambições, digo: estão profundamente enganados", afirmou.
Desde Sevilha, onde participa na IV Conferência Internacional da ONU sobre Financiamento para o Desenvolvimento, o Presidente Petro declarou na segunda-feira que os envolvidos devem explicações públicas e à justiça.
"Todas as pessoas que ele [Leyva] menciona, sobre as quais eu não sei se o que diz é verdade ou não, devem prestar esclarecimentos, não apenas politicamente, mas também perante a justiça", afirmou.
Nas gravações, Leyva destaca o suposto papel de Márquez ao referir críticas que esta dirigiu, num polémico Conselho de Ministros, à atual ministra dos Negócios Estrangeiros, Laura Sarabia, e a outras figuras próximas do Presidente, o que desencadeou uma crise no Governo. Segundo Leyva, tudo teria sido ideia da vice-presidente.
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