Meteorologia

  • 27 ABRIL 2024
Tempo
11º
MIN 11º MÁX 17º

Hong Kong. Lei de Segurança pôs fim a caos, dizem lusodescendentes

Cerca de um ano após a implementação da Lei de Segurança Nacional em Hong Kong, portugueses e lusodescendentes dizem que a polémica decisão conseguiu pôr cobro à instabilidade política e social que tinha paralisado a cidade.

Hong Kong. Lei de Segurança pôs fim a caos, dizem lusodescendentes
Notícias ao Minuto

08:38 - 21/08/21 por Lusa

Mundo Hong Kong

O Governo central chinês impôs à cidade, a 1 julho de 2020, uma lei que criminaliza, na prática, a expressão de qualquer forma de oposição ao Partido Comunista.

A China é acusada de ter colocado um ponto final no princípio "um país, dois sistemas" que governou a transferência de soberania da antiga colónia britânica, em 1997.

Pequim, contudo, alega que a Lei de Segurança Nacional foi necessária para restaurar a ordem em Hong Kong.

Isto após 2019 ter sido marcado por sete meses de manifestações em defesa de reformas democráticas e quase sempre com confrontos com a polícia, que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas.

"A violência gratuita e a destruição de propriedade, por vezes de forma selvagem, não são aceitáveis e aqueles que cometeram esses atos terão de ir a tribunal responder pelo que fizeram", disse à Lusa o investigador Francisco da Rosa.

O octogenário, que nasceu em Xangai e cresceu entre Macau e Hong Kong, acredita que os lusodescendentes estão satisfeitos com o fim do "caos" que tinha paralisado a cidade.

"Alguns dos mais velhos provavelmente diriam que Hong Kong andava a pedi-las", disse à Lusa Georgine Leung. "Eles queriam uma sociedade calma, pacífica e estável e na verdade esta lei permitiu isso", sublinha.

A portuguesa, nascida em Hong Kong, regressou à região em junho de 2020, após largos anos a viver no Reino Unido.

"Vimos as coisas mudar muito rapidamente após a lei ter sido introduzida", recorda Georgine. "Obviamente que os protestos pararam imediatamente", confirma.

O medo da repressão levou à dissolução de cerca de 30 organizações da sociedade civil, de acordo com uma contagem feita pela agência de notícias France-Presse.

Esta semana foi a vez da Frente Cívica de Direitos Humanos, uma coligação que promoveu os maiores protestos pró-democracia na cidade em 2019, a anunciar a dissolução do movimento.

Hei-man participou em algumas das manifestações em 2019, mas agora a portuguesa admite ter receio do que possa acontecer se voltar às ruas. "Os organizadores dos protestos foram todos presos", explicou à Lusa a portuguesa.

Mais de 60 pessoas foram detidas ao abrigo da Lei de Segurança Nacional.

As autoridades "já tinham em mente quem queriam atingir com esta lei, pessoas que já tinham demonstrado ser problemáticas, empecilhos", admite Georgine Leung.

Além dos líderes do movimento pró-democracia, também alguns manifestantes foram detidos, "apenas por erguerem cartazes com oito carateres chineses", diz Hei-man, referindo-se ao slogan do movimento: "Libertem Hong Kong, a revolução da nossa era".

A portuguesa nasceu em Macau e mudou-se para a cidade vizinha para prosseguir os estudos. "Nessa altura éramos livres de participar em qualquer protesto contra algo que achássemos injustos. Isso é algo que tomei por garantido, mas que agora nos foi roubado", lamenta.

Leia Também: Singapura põe fim a quarentena para viajantes vindos de Macau e Hong Kong

Recomendados para si

;
Campo obrigatório