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Etiópia. HRW denuncia detenções arbitrárias de tigrenses em Adis Abeba

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje que desde finais de junho as autoridades etíopes estão a "deter arbitrariamente" e fizeram desaparecer na capital do país cidadãos procedentes da região separatista de Tigray.

Etiópia. HRW denuncia detenções arbitrárias de tigrenses em Adis Abeba
Notícias ao Minuto

12:28 - 18/08/21 por Lusa

Mundo Etiópia

"As autoridades devem imediatamente dar conta dos tigrenses desaparecidos, libertar os detidos sem provas concretas de delitos e terminar a discriminação", disse a HRW num comunicado hoje divulgado, e citado pela agência espanhola de notícias Efe.

Segundo a organização focada nos direitos humanos, as violações dos direitos contra os tigrenses residentes em Adis Abeba por parte das forças de segurança começaram a aumentar a partir de 28 de junho, data em que as forças locais recuperaram o controlo de Mekele, a capital desta região que está em confronto com as autoridades centrais desde novembro.

A HRW já vinha acompanhando os abusos contra os tigrenses desde o início do conflito, mas nas últimas semanas as violações cresceram, especialmente usando a etnia como razão suficiente para deter pessoas nas ruas, cafés e noutros espaços públicos, incluindo encerrando as suas lojas.

Os detidos são muitas vezes levados em segredo e a sua detenção e localização não são partilhadas com as famílias, e não há a presença de advogados, o o que dá espaço para haver torturas, acrescentam os ativistas.

Milhares de pessoas foram mortas na guerra, deflagrada em 04 de novembro último, data em que Abiy Ahmed enviou as tropas federais para derrubar a TPLF, partido de origem regional, que durante décadas dominou a política nacional etíope, antes da chegada ao poder em abril de 2018 da atual liderança do país.

O chefe de Governo etíope, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2019, justificou na altura a intervenção com a necessidade de retaliar ataques das forças estaduais a unidades do Exército federal no Tigray, e classificou a ofensiva como uma operação de segurança, cujo objetivo era deter e levar perante a justiça etíope os líderes do estado insurrecto no norte do país.

Abiy Ahmed declarou a vitória das forças federais em 28 de novembro, após a tomada de Mekele, porém, apesar do anúncio de uma vitória rápida, o conflito arrastou-se, tomando um novo rumo em junho, quando os rebeldes recapturaram a capital estadual, e forçaram o Exército federal etíope a recuar.

Desde então, os rebeldes têm controlado a maior parte do estado de Tigray e têm conduzido ofensivas armadas nos estados vizinhos, a leste, em Afar, e a sul, em Amhara.

Cerca de 300.000 pessoas fugiram de Tigray para os estados etíopes vizinhos, assim como para o Sudão, que faz fronteira com a região, à medida que o conflito se alargava.

De acordo com testemunhas e advogados, milhares de pessoas de origem tigray foram detidas em toda a Etiópia ao longo do conflito, apenas devido à sua identidade.

Leia Também: Etiópia apela a alistamento de todos "capazes" de travar forças tigray

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