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Argélia mostra preocupação por ser potencial alvo de espionagem

O Governo argelino manifestou hoje uma "profunda preocupação" com as recentes revelações de que a Argélia estará entre as vítimas do 'software' israelita Pegasus, que terá sido utilizado para espiar políticos, jornalistas e ativistas a nível internacional.

Argélia mostra preocupação por ser potencial alvo de espionagem
Notícias ao Minuto

00:06 - 23/07/21 por Lusa

Mundo Pegasus

"A Argélia expressa a sua profunda preocupação após as revelações (...) que relatam o uso em larga escala pelas autoridades de alguns países, e em particular por Marrocos, de um 'software' de espionagem denominado Pegasus contra funcionários e cidadãos argelinos", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros daquele país em comunicado.

Um consórcio de 17 órgãos de comunicação social internacionais denunciou, no domingo, que jornalistas, ativistas e dissidentes políticos de todo o mundo terão sido espiados através do 'software' Pegasus, desenvolvido pela empresa israelita NSO Group.

Na nota, a Argélia condena "veementemente" o ataque sistemático "inadmissível aos direitos humanos e às liberdades fundamentais", apontando que "também constitui uma violação flagrante dos princípios e normas que regem as relações internacionais".

Argel considera que "esta prática ilegal, indesejável e perigosa põe em perigo o clima de confiança que deve reger os intercâmbios e interações entre funcionários e representantes dos Estados".

"Estando diretamente preocupada com esses ataques, a Argélia reserva-se no direito de implementar uma estratégia de resposta e está pronta para participar em qualquer esforço internacional destinado a apurar coletivamente os fatos", alerta ainda comunicado, citado pela agência AFP.

"Qualquer impunidade constituiria um precedente extremamente prejudicial para a condução de relações de amizade e cooperação entre os Estados de acordo com o direito internacional", acrescenta.

A procuradoria-geral de Argel já tinha ordenado a abertura de uma investigação preliminar.

Este caso surge numa altura em que as relações entre a Argélia e Marrocos, país acusado de utilizar o sistema Pegasus para espiar jornalistas, ativistas ou políticos, encontram-se no ponto mais baixo devido ao conflito existente no Sahara Ocidental.

Marrocos, que nega as acusações de espionagem, apresentou na quinta-feira em França uma queixa por difamação contra o consórcio de jornalistas Forbidden Stories e a Amnistia Internacional, que colaborou na investigação internacional.

Também na quinta-feira a Amnistia Internacional, citando o The Washington Post, reportou que os telefones de 14 chefes de Estado e Governo e centenas de funcionários de governos poderão ter sido espiados pelo 'software' Pegasus.

Segundo um comunicado da AI, o The Washington Post, que também faz parte do consórcio jornalístico que investiga o caso, revelou que os números de telefone de 14 chefes de Estado e de Governo foram incluídos numa lista como pessoas de interesse pelos clientes da empresa NSO Group.

Para além do Presidente francês, esta lista inclui o rei de Marrocos, Mohammed VI, o Presidente iraquiano, Barham Salih, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly.

Também estão incluídos o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, o primeiro-ministro marroquino, Saad-Eddine El Ohtmani, o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, o primeiro-ministro do Uganda, Ruhakana Rugunda, e o primeiro-ministro belga, Charles Michel.

A lista continha números de telefone de mais de 600 funcionários de Governos e políticos de 34 países.

Leia Também: Pegasus. Marrocos processa consórcio e Amnistia por difamação

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