Milhares de civis na República Centro-Africana estão em "perigo iminente"
A Organização das Nações UNidas (ONU) alertou hoje que milhares de civis na República Centro-Africana (RCA) estão em "perigo iminente" devido aos confrontos entre o Governo e os rebeldes, a cerca de 300 quilómetros da capital, Bangui.
© Reuters
Mundo ONU
"Durante a última semana, as vidas de milhares de civis têm estado em perigo iminente devido à violência armada constante em Alindao, onde certos grupos da população têm sido particularmente visados", disse o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA), numa declaração citada pela agência France-Presse.
De acordo com o comunicado, estas pessoas "vivem no medo e com traumas, estão agora isoladas das suas fontes de rendimento, e a comida está a tornar-se cada vez mais escassa".
Em 30 de junho, um ataque lançado em Alindao por rebeldes da Unidade para a Paz na República Centro-Africana (UPC), um dos principais grupos armados da região, tinha morto sete pessoas, segundo o porta-voz da Missão das Nações Unidas no país (Minusca) que não deu mais pormenores, mas segundo a OCHA, pelo menos dois civis foram mortos.
Milhares de pessoas foram deslocadas, várias casas foram queimadas e os bens saqueados, segundo a OCHA, que avisa que "a crescente insegurança está a impedir a assistência às pessoas afetadas por esta nova violência" e apela a todas as partes para "porem fim a toda a violência contra civis, infraestruturas e agentes humanitários e respeitar o direito humanitário internacional".
A RCA, segundo país mais pobre do mundo segundo as Nações Unidas, é palco de conflitos há vários anos, incluindo por uma guerra civil iniciada em 2013, mas que diminuiu de intensidade desde 2018.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
Portugal tem atualmente 241 militares na RCA, dos quais 183 integram a Minusca.
Os restantes 58 militares portugueses participam na missão de treino, promovida pela União Europeia, até setembro deste ano.
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