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Afeganistão: Medo domina habitantes de Kunduz, sitiada pelos talibãs

O medo dominava hoje vários habitantes de Kunduz, no nordeste do Afeganistão, que se preparavam para enfrentar um longo cerco dos talibãs, enquanto prosseguiam nos arredores da cidade os combates entre as forças governamentais e os rebeldes.

Afeganistão: Medo domina habitantes de Kunduz, sitiada pelos talibãs
Notícias ao Minuto

16:24 - 24/06/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Os talibãs cercaram esta capital provincial, que já caiu por duas vezes às suas mãos, em 2015 e 2016, e assumiram o controlo do principal posto fronteiriço para o Tajiquistão, assim como várias outras passagens e distritos rurais.

"Os talibãs situaram a nossa cidade", constatou Qudratullah, um vendedor de frutas que mal conseguiu trabalhar nas últimas duas semanas desde o início dos combates na província de Kunduz, citado pela agência France-Presse.

"Ainda hoje há combates nos arredores da cidade", referiu Qudratullah, que como muitos afegãos têm apenas um nome, acrescentando: "Se o governo não lançar uma operação contra os talibãs, o cerco continuará durante muito tempo".

A maioria das lojas da cidade estão fechadas e os transportes públicos não funcionam, constatou um correspondente da AFP.

Dezenas de veículos militares patrulham as ruas de Kunduz, para onde o governo enviou reforços.

Os habitantes indicaram ter tido falta de água e de energia elétrica. Alguns ainda se aventuram nas ruas para comprar comida nas raras lojas abertas.

Hasib, um residente, explicou temer que os talibãs invadam a cidade. "Não nos sentimos seguros (...) Já vimos os talibãs tomarem a cidade duas vezes e não queremos que ela caia novamente nas suas mãos", disse.

Há vários dias que rebeldes e forças governamentais combatem na província de Kunduz.

O diretor do serviço de saúde de Kunduz, Ehsanullah Fazli, indicou à AFP que 21 civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortos na última semana e que 225 feridos foram levados para os hospitais da província.

O ministro do Interior, Abdul Satar Mirzakwal, deslocou-se hoje a Kunduz e declarou numa mensagem vídeo para a imprensa que a província é "importante" e "estratégica".

"Salvar e proteger Kunduz é uma das nossas prioridades", garantiu, adiantando que o governo está a tomar "medidas sérias" e fornecerá "mais armas e equipamentos às tropas afegãs em todas as províncias.

Desde o início de maio que os talibãs lançaram várias ofensivas nas zonas rurais e afirmam ter assumido o controlo de 87 dos mais de 400 distritos afegãos.

Muitas das suas reivindicações, no entanto, são contestadas pelo governo e difíceis de verificar de modo independente.

A violência aumentou no Afeganistão depois dos Estados Unidos terem confirmado que os seus 2.500 militares presentes no país iriam abandoná-lo até 11 de setembro, a data do 20.º aniversário dos atentados de 2001, que levaram os norte-americanos a combater no país.

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