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NATO diz que há mais mulheres na liderança da Defesa mas falta ouvi-las

A representante especial do secretário-geral da NATO para a Agenda Mulheres, Paz e Segurança destacou hoje que falta garantir que a participação das mulheres é ouvida, agora que elas têm maior presença na liderança no setor da defesa.

NATO diz que há mais mulheres na liderança da Defesa mas falta ouvi-las
Notícias ao Minuto

15:48 - 23/06/21 por Lusa

Mundo NATO

Existem mais mulheres "na estrutura de liderança do que antes", seja enquanto ministras da Defesa ou como assessoras, mas "a paridade de género não é um substituto da igualdade", afirmou Clare Hutchinson no seminário internacional "Promoção da Participação Plena das Mulheres em Operações de Paz".

Abordando o papel da liderança feminina, a responsável realçou que participação é "dar às mulheres acesso ou um papel na mesa de discussão", garantindo que elas falam e são ouvidas.

"Pode ver-se os resultados negativos quando as mulheres continuam a ser excluídas no desempenho de um papel no garantir a segurança e ainda na manutenção, restauração e defesa da estabilidade", reforçou.

Desde a primeira política adotada em 2007, a NATO estabeleceu três princípios: integração -- que reconhece as diferenças e os impactos do género em áreas desde a cibersegurança ao 'design' de uniformes -, integridade -- baseada em políticas de prevenção e combate ao abuso, exploração e violência sexual dentro da aliança e em conflitos - e inclusão -- que visa a maior representação das mulheres na NATO e nas forças nacionais.

Além da importância destas políticas, Clare Hutchinson defendeu a necessidade de fazer uma análise de alerta de género, de forma a "identificar elementos que normalmente estão escondidos" e que, através de "discussões com mulheres", podem ser identificados.

Intervindo no mesmo painel, a assessora de Género no Gabinete de Género e Diversidade do Serviço Europeu de Ação Externa, Charlotte Isaksson, defendeu que os objetivos da União Europeia (UE) de paz, segurança e igualdade de género são possíveis.

Charlotte Isaksson destacou a "política muito robusta" da UE nesta matéria, advertindo para o dever de salvaguardar os progressos já feitos, entre eles a "abordagem normativa e narrativa", a "formação estabelecida e institucionalizada" e as "estruturas de aconselhamento de género".

"Falamos de participação, internamente, em todos os assuntos relacionados com paz e segurança, em todos os níveis, e também de participação das mulheres em processos de paz, em negociações, em mediações", explicou.

A responsável europeia sustentou que o aumento da participação das mulheres deve ser feito "sem reforçar estereótipos", já que podem aumentar a insegurança, e disse que "já foi provado que há imensos benefícios em ter diversidade nas unidades e equipas de missões militares", não só em termos de diversidade de género, mas de outras identidades interseccionais, considerando questões como a idade, a classe, a orientação sexual, a etnia e a raça.

Na mesma sessão, o major-general Hermínio Maio, diretor adjunto da Capacidade Militar de Planeamento e Condução da UE, abordou o compromisso europeu em "integrar sistematicamente uma perspetiva de género em todas as políticas e ações externas".

De acordo com o major-general, essas missões, "dependentes das contribuições dos Estados-membros", ainda apresentam um número muito baixo de mulheres, o que é atualmente "um dos fatores limitativos para aumentar o número de mulheres em missões e operações".

"Isto não significa que não há mulheres qualificadas para fazer o trabalho", ressalvou, concluindo que "a prática mostra que os Estados-membros sempre providenciaram mulheres competentes e capazes em papéis de aconselhamento e educação com grande sucesso".

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