Kickl eleito novo líder do partido de extrema-direita austríaco FPÖ
O partido de extrema-direita austríaco FPÖ escolheu hoje um novo presidente, o antigo ministro do Interior Herbert Kickl, responsável por restaurar a imagem do partido, manchada por um escândalo que provocou o regresso à oposição.
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Mundo Áustria
A liderança do Partido da Liberdade da Áustria elegeu por unanimidade Herbert Kickl, de 52 anos, representante da ala radical, para substituir Nobert Hofer, que renunciou ao cargo na semana passada após meses de tensões internas.
Kickl, partidário de uma viragem conspiracionista no contexto da pandemia de covid-19, prometeu "um novo começo" para o partido, envolvido desde 2019 num escândalo que causou a queda da coligação entre a direita e a extrema-direita e a crise política mais séria desde o fim da II Guerra Mundial neste próspero país de 8,8 milhões de habitantes.
Com um comportamento jovial, Norbert Hofer tornou-se um rosto familiar dentro deste partido fundado por ex-nazis na década de 1950, que hoje adota uma retórica hostil para com o Islão e os refugiados.
Em 2019, Hofer havia sucedido a Heinz-Christian Strache, na altura vice-chanceler, que foi filmado sem consentimento em Ibiza a oferecer contratos públicos em troca de financiamentos ocultos a uma mulher que se fazia passar por sobrinha de um oligarca russo.
O vídeo, feito com uma câmara oculta para o incriminar, teve o efeito de uma bomba, afastando o Governo e causando eleições antecipadas.
Nos últimos meses, a legitimidade de Hofer foi questionada por Kickl.
Recentemente, Hofer chegou a admitir que estava "farto de ouvir diariamente que não era feito para aquele trabalho".
O chanceler austríaco, o conservador Sebastian Kurz, governa agora o país numa aliança sem precedentes com os ecologistas.
A extrema-direita é atualmente creditada com 18% das intenções de voto nas sondagens.
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