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Burundi: Pelo menos 1.300 libertados graças a perdão presidencial

Pelo menos 1.300 prisioneiros foram libertados hoje no Burundi, no primeiro dia da aplicação de um perdão presidencial que visa desimpedir prisões sobrelotadas, segundo várias fontes.

Burundi: Pelo menos 1.300 libertados graças a perdão presidencial
Notícias ao Minuto

23:18 - 26/04/21 por Lusa

Mundo Burundi

Mais de 5.000 detidos -- perto de 40% dos prisioneiros do país -- beneficiam da medida, dos quais 3.000 serão libertados imediatamente. Os outros, cuja pena foi diminuída para metade, sairão em liberdade nas próximas semanas.

Previstas para início de março, as libertações foram adiadas devido a "erros" nas listas dos beneficiários.

Hoje, 972 detidos deixaram a prisão central de Mpimba em Bujumbura, a maior do país, numa cerimónia presidida pelo chefe de Estado do Burundi, o general Evariste Ndayishimiye, na presença de ministros, deputados e embaixadores ocidentais, segundo fontes administrativas e uma organização não-governamental.

Outros 331 foram libertados simultaneamente da prisão de Gitega (centro), de acordo com fontes penitenciárias no local.

"É a primeira vez no nosso país que à volta de 5.000 detidos beneficiam do perdão presidencial", disse a ministra da Justiça, Jeanine Nibizi.

No início de março, um decreto presidencial anunciou o perdão de 5.255 detidos, indicando o seu número por cada um dos 11 estabelecimentos de detenção do país, para "desimpedir as prisões", que contam atualmente com perto de 14.000 detidos adultos e uma capacidade de 4.100 lugares.

"Cerca de um milhar de detidos foram libertados hoje da prisão de Mpimba. É bom ainda que as prisões continuem lotadas", indicou à agência France Presse Pierre Claver Mbonimpa, presidente da Associação para a Proteção dos Direitos Humanos e dos Detidos, lembrando que Mpimba tem mais de 4.000 detidos para apenas 800 lugares.

Lamentou que "os presos políticos não tenham beneficiado deste perdão".

"É um gesto na boa direção e que se segue a numerosos outros gestos, como o perdão concedido aos quatro jornalistas de Iwacu (um médium independente), a reabertura dos media encerrados, algumas medidas de luta contra a corrupção", reagiu um diplomata que não quis ser identificado em declarações à AFP.

Sublinhou os recentes avanços no diálogo entre a União Europeia e o Burundi para normalizar as relações e o facto do chefe da diplomacia do país, Albert Shingiro, iniciar na terça-feira uma deslocação à Bélgica, França e Suíça.

No auge da crise política de 2015, desencadeada pelo desejo do presidente Pierre Nkurunziza de disputar um controverso terceiro mandato, a UE e os seus Estados membros impuseram sanções financeiras contra o Burundi, um dos países mais pobres do mundo que atravessa uma grave crise económica.

Leia Também: Gabinete do enviado especial da ONU para o Burundi fecha definitivamente

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