Um conjunto de sete publicações de informação religiosa independentes pediu hoje o fim do comércio de armas com Israel, o reconhecimento do Estado da Palestina e a libertação imediata de todos os reféns em poder do Hamas.
A publicação portuguesa 7Margens integra este grupo.
Numa carta aberta dirigida aos governos de Brasil, Espanha, Itália e Portugal, e aos responsáveis da União Europeia, o grupo pede também o reconhecimento como processo de genocídio da operação do exército israelita na Faixa de Gaza e o apoio à reconstrução de "uma Palestina independente e democrática, no quadro dos dois povos, dois Estados livres e independentes".
Com o título "Vemos, ouvimos e lemos, não podemos calar - Parar o genocídio, dar de comer aos esfomeados, construir a paz", os profissionais destas publicações consideram que enquanto jornalistas não lhes "basta noticiar a violência trágica" e que, enquanto crentes não se podem "resignar ao silêncio".
"É preciso um cessar-fogo imediato e durável; a libertação imediata dos reféns em poder do Hamas; restabelecer a ajuda humanitária em segurança; iniciar negociações com vista à paz justa na região; exigir o acesso livre dos media aos territórios da Palestina; criar condições para a reconstrução da Palestina à luz do direito internacional e numa base democrática", lê-se na carta.
O apelo dirige-se aos responsáveis políticos e a "todos os cidadãos e cidadãs, crentes e não crentes, bem como às igrejas e diferentes comunidades religiosas e aos seus responsáveis".
"É tempo de quebrar o silêncio cúmplice e agir! Hoje, ao contrário do que se passou no início da década de quarenta do século passado no nosso continente, hoje vemos, ouvimos e lemos notícias do genocídio. Não podemos calar", acrescentam.
Além do 7Margens, são ainda signatárias da carta: Unisinos (Brasil), Catalunya Cristiana, o Catalunya Religió, Flama e Religión Digital (Espanha), Adista e Rocca (Itália).
O grupo avança que deu conhecimento desta carta aberta ao Vaticano e ao Conselho Mundial de Igrejas.
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