"Devido às sérias ameaças aos interesses franceses no Paquistão, recomenda-se aos cidadãos franceses e empresas francesas deixarem temporariamente o país", escreveu a embaixada numa mensagem enviada aos franceses que residem no Paquistão, onde violentos protestos contra a França ocorreram esta semana.
Um partido islamita radical, Tehreek-e-Labbaik Paquistão (TLP), no início desta semana bloqueou parcialmente as duas maiores cidades do país, Lahore (leste) e Karachi (sul), bem como a capital Islamabad (norte), para exigir a expulsão do embaixador francês.
Os protestos foram reprimidos com violência pela polícia e provocaram a morte de pelo menos dois agentes de segurança.
Apoiantes do TLP reagiram com cólera à detenção do seu líder, Saad Rizvi, na segunda-feira em Lahore, horas depois de este ter convocado uma marcha para 20 de abril em Islamabad para exigir a expulsão do embaixador francês.
Rizvi tinha emitido um ultimato ao Governo para que expulsasse o embaixador francês antes de 20 de abril, uma posição que motivou a sua detenção e o início dos protestos.
O partido islamita afirmou que o Executivo aceitou em novembro os pedidos para a expulsão do embaixador francês do país e o corte das relações bilaterais com a França, mas não cumpriu o acordo.
O TLP exige a expulsão do diplomata francês desde que o Presidente de França, Emmanuel Macron, defendeu o direito de liberdade de expressão durante a homenagem a um professor decapitado em 16 de outubro, depois do docente exibir uma caricatura do profeta Maomé aos seus alunos.
Os comentários do Presidente francês Emmanuel Macron de "prosseguir o combate pela liberdade", suscitaram protestos em diversas regiões do mundo muçulmano.
O Governo do Paquistão anunciou a sua intenção de banir o TLP, que já havia gerado protestos violentos contra a França no outono passado.
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