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Presidente do Ruanda saúda relatório sobre o papel da França no genocídio

O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, saudou hoje o relatório Duclert sobre o papel da França no genocídio de 1994, dizendo que este "marca um importante passo em frente no sentido de uma compreensão comum do que aconteceu".

Presidente do Ruanda saúda relatório sobre o papel da França no genocídio
Notícias ao Minuto

14:19 - 07/04/21 por Lusa

Mundo Ruanda

Este relatório, apresentado a 27 de março ao Presidente francês, Emmanuel Macron, "também marca uma mudança, mostra um desejo mesmo entre os líderes em França de avançar com uma boa compreensão do que aconteceu", acrescentou Paul Kagame, num discurso durante as cerimónias que assinalam o genocídio.

"Congratulamo-nos com isso", referiu, continuando: "O importante é continuar a trabalhar em conjunto para documentar a verdade. Esta é a verdade".

"O Ruanda terá também uma palavra a dizer num futuro próximo, talvez na terceira semana deste mês", disse, referindo-se a um relatório sobre o assunto conduzido por uma comissão ruandesa.

"As conclusões [desse relatório] estão na mesma direção", disse Kagame, que na altura do genocídio era o líder dos rebeldes Tutsi da Frente Patriótica Ruandesa (RPF) que lutavam contra o regime extremista Hutu.

O relatório francês, dirigido pelo historiador Vincent Duclert, é condenatório para as autoridades francesas da época: Se "nada vem demonstrar" que foi cúmplice do genocídio, a França tem "pesadas e condenatórias responsabilidades" na tragédia, em particular por ter "permanecido cega à preparação" do genocídio.

Na quarta-feira, a França anunciou a abertura de importantes arquivos sobre o Ruanda para fazer avançar a "verdade histórica" sobre o genocídio de Tutsis em 1994.

Quando o relatório Duclert foi entregue, Emmanuel Macron disse que esperava uma aproximação "irreversível" com Kigali.

O genocídio do Ruanda teve início a 07 de abril de 1994 após os assassínios, no dia anterior, dos então presidentes do Ruanda, Juvénal Habyarimana (Hutu), e do Burundi, Cyprien Ntaryamira (Hutu), quando o avião em que viajavam foi abatido sobre Kigali.

A violência extrema causou a morte de mais de 800.000 tutsis e hutus moderados em cerca de cem dias, num dos piores massacres étnicos da história recente.

Leia Também: Genocídio do Ruanda . ONU diz que é preciso impedir repetição da história

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