Cerca de 1.200 migrantes cruzaram a fronteira sul do México com Guatemala
No dia em que o México impôs novas medidas para impedir a travessia de migrantes na fronteira sul, cerca de 1.200 pessoas passaram no único posto avançado na selva, sem mostrar qualquer documento.
© Oleksii Liskonih/iStock
Mundo Migrações
Um homem que ajudou a embarcar os migrantes para a travessia de barco de cinco minutos a partir da Guatemala, através do rio Usumacinta, no domingo conhecia a contagem porque cada migrante pagou a sua passagem.
O México quer mostrar-se, novamente cooperativo, como em 2019 quando, face às barreiras colocadas pelo então Presidente norte-americano, Donald Trump, colocou em campo a recém-criada Guarda Nacional para diminuir o fluxo de migrantes da América Central.
Mas a realidade é a habitual, com comunidades inteiras ganhando a vida com os migrantes que passam a fronteira, refere a agência Associated Press (AP)
Os motivos que levam os migrantes a rumar para norte são conhecidos: violência, incapacidade de sustentar a família, a devastação provocada por dois grandes furacões em novembro último e a desinformação galopante.
Entre os que cruzaram no domingo estava Yuri Gabriela Ponce, uma mãe de 30 anos de Tegucigalpa, nas Honduras, com o seu marido e três filhos, de dois, cinco e nove anos.
Tendo chegado ao México, eles não sabem como proceder, enquanto ela descansava, na quarta-feira, à sombra numa encruzilhada no norte da fronteira, preocupava-se como iria a prosseguir.
"Disseram que mais à frente há um posto de controlo e não sabemos o que fazer'', disse Ponce à AP, acrescentando: "Espero que, como tenho crianças, nos ajudem".
A família deixou Honduras depois que o marido de Ponce ter perdido o emprego na construção civil e não conseguiu encontrar outro. Eles deixaram dois filhos mais velhos com parentes.
Inicialmente, eles projetavam cruzar o México muito mais ao sul, mas ouviram um boato de que criminosos estavam roubando crianças e matando os pais. Então, inverteram o rumo da viagem e vieram para este posto avançado na selva remota.
Na comunidade guatemalteca ribeirinha de La Tecnica, em frente à cidade mexicana de Frontera Corozal, um fluxo constante de furgonetas chegou na quarta-feira. De cada uma saiu uma dúzia de migrantes, comiam alguma coisa, telefonavam para parentes.
"Estamos quase lá", disse uma jovem ao telemóvel enquanto tomava o café da manhã numa rua repleta de restaurantes, banheiros e lojas de conveniência perto do rio, relata a AP.
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