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Bruxelas apela à liderança das cidades europeias na recuperação verde

A comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, defendeu hoje que "esta é a altura certa" para as cidades europeias liderarem na recuperação verde com projetos sustentáveis que promovam a qualidade de vida.

Bruxelas apela à liderança das cidades europeias na recuperação verde
Notícias ao Minuto

17:42 - 19/03/21 por Lusa

Mundo Elisa Ferreira

Elisa Ferreira, que intervinha num 'webinar' sobre a recuperação ecológica da Europa, organizado pela Bloomberg, começou por lembrar que os montantes do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 e do Mecanismo de Recuperação e Resiliência devem "estimular a recuperação económica numa transição verde" e, nesse sentido, frisou que "a política de coesão europeia continua a ser uma das maiores políticas de investimento".

Ora, tendo em conta estes investimentos, a comissária europeia defendeu que esta é "uma oportunidade de uma vida para as cidades europeias", que devem "liderar a onda de renovação da União Europeia (UE)".

"Nós queremos duplicar as taxas de renovação de edifícios na Europa em 2030. Isto significa que queremos renovar 35 milhões de edifícios. Também ambicionamos uma enorme contribuição para a eficiência energética (...) e criar mais 1600 postos de trabalho ecológico por toda a Europa", enumerou Elisa Ferreira, considerando que "este é um projeto 'win-win', no qual todas as partes ficam a ganhar.

Os novos investimentos na política de coesão europeia visam também combater a pobreza energética, um "grande problema" que a UE enfrenta, dado que "34 milhões de europeus não conseguem manter as suas casas quentes no Inverno".

A Comissão Europeia apela ainda ao investimento em mobilidade sustentável e no 'desperdício zero', conceitos que já constituem oportunidades de negócio ao nível da "reparação e reciclagem" em várias cidades.

"Pedimos também que liderem nas 'smart cities' [cidades inteligentes], que modelam o consumo e facilitam a experiência dos carros elétricos", acrescentou a comissária.

A par dos investimentos da política de coesão nos 27 Estados-membros, Bruxelas quer avançar com a iniciativa Novo Bauhaus europeu, um projeto ambiental anunciado pela presidente Ursula von der Leyen no seu discurso sobre o Estado da União de 2020.

Esta iniciativa visa combinar a conceção, a sustentabilidade, a acessibilidade e o investimento para concretizar o Pacto Ecológico Europeu, e tem como princípios fundamentais a sustentabilidade, a estética e a inclusividade.

"Neste projeto, estamos à procura do que podemos designar 'arquitetos do futuro', aqueles que irão desenhar espaços sustentáveis que têm tanto de bonito como de ecológico e acessível e que promovam a qualidade de vida", salientou.

Questionada sobre o impacto da pandemia de covid-19 no princípio da sustentabilidade das cidades europeias, Elisa Ferreira disse não ter dúvidas de que, apesar da grande diminuição dos rendimentos e do aumento do desemprego, a pandemia é uma "oportunidade" para criar um novo paradigma da economia e das cidades europeias.

"Esta é a altura certa. É certo que as cidades foram muito afetadas pela pandemia, mas, se olharem para o seu futuro dentro de 10 anos, tenho a certeza absoluta de que as cidades serão as primeiras a aproveitar esta oportunidade para criar uma nova forma de organizar o espaço, para organizar os transportes, para reconstruir os edifícios e, ao fazê-lo, podem começar de imediato a criar novos empregos, estimular novos investimentos, reunir investimento público e privado orientado para um futuro muito mais sustentável", defendeu.

Para Elisa Ferreira, se estes princípios forem "realmente levados a sério", as sociedades europeias estarão perante "uma grande revolução" na sua forma de comunicar, de viajar e de trabalhar.

"Eu vejo o futuro numa perspetiva positiva, mas também realista, porque estou ciente das condições especiais que criámos no sentido de garantir que o futuro não é um sonho, é algo concreto para as nossas gerações vindouras", justificou, referindo-se aos recentes investimentos associados à política de coesão europeia.

O plano de recuperação económica da UE assenta em dois instrumentos de apoio financeiro principais, designadamente o fundo 'Próxima Geração UE', dotado de 750 mil milhões de euros para o período 2021-2024, e o Quadro Financeiro Plurianual, no valor de 1 074,3 mil milhões de euros para o período 2021-2027.

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