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UE condena "repressão violenta contínua" e pede "regresso à democracia"

A União Europeia (UE) condenou hoje a "repressão violenta contínua de manifestantes pacíficos" no Myanmar (antiga Birmânia), apelando a que haja uma "responsabilização" dos envolvidos e um "regresso à democracia" no país.

UE condena "repressão violenta contínua" e pede "regresso à democracia"
Notícias ao Minuto

16:34 - 03/03/21 por Lusa

Mundo Myanmar

"A UE condena a repressão violenta contínua de manifestantes pacíficos pelas forças militares e de segurança birmanesas, que resultou em ainda mais mortes de civis inocentes hoje", lê-se num comunicado da porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Nabila Massrali.

Enumerando as ocorrências que constituem "violações claras do direito internacional", e que vão das "detenções de centenas de pessoas" a tiros disparados contra "civis desarmados e trabalhadores de saúde", a porta-voz chama ainda a atenção para a repressão dos meios de comunicação no país, onde se tem testemunhado "um número crescente de jornalistas arbitrariamente presos, detidos e acusados".

"A perseguição e intimidação de trabalhadores dos 'media', que estão apenas a fazer o seu trabalho, é inaceitável", afirma Massrali.

A porta-voz diz assim que as "tentativas de silenciamento dos 'media'" e de "erradicação da liberdade de expressão" não irão "impedir o mundo de testemunhar as ações do Exército do Myanmar nem a coragem do povo birmanês", acrescentando também que não "darão nenhuma legitimidade ao golpe" militar que ocorreu no país a 01 de fevereiro.

"Tem de haver responsabilização [dos envolvidos] e um regresso à democracia no Myanmar", aponta.

As manifestações de repúdio ao golpe militar continuaram hoje em todo o país, apesar da brutal repressão policial, que só no domingo custou a vida a 20 manifestantes, a maioria deles devido a tiros disparados pela polícia.

O número de manifestantes mortos hoje subiu para pelo menos seis, havendo fontes que indicam até 11 vítimas mortais.

Além de munição real, as autoridades birmanesas reprimiram os protestos com gás lacrimogéneo, balas de borracha e granadas de choque. No entanto, quando a situação acalmou, os manifestantes voltaram às ruas para continuar o protesto.

Os manifestantes exigem que o exército, que governou o país com mão de ferro entre 1962 e 2011, restaure a democracia, reconheça os resultados das eleições de novembro e pedem a libertação de todos os detidos pelos militares, incluindo a líder de facto Aung San Suu Kyi.

O exército birmanês justificou a tomada do poder, a 01 de fevereiro, por uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro, onde os observadores internacionais não detetaram qualquer fraude e em que a Liga Nacional pela Democracia, partido liderado por Suu Kyi, foi o vencedor, assim como já tinha ocorrido em 2015.

Perante o golpe militar, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, reunidos numa cimeira em 22 de fevereiro, afirmaram "estar dispostos" a adotar sanções contra as pessoas "diretamente responsáveis" pelo golpe.

Nesse sentido, convidaram a Comissão Europeia e o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, a "desenvolverem propostas apropriadas" para o efeito.

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