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Cabo Verde recebe 108 mil doses da vacina AstraZeneca produzidas na Índia

Cabo Verde vai receber 108.000 doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, produzidas na Índia, e 5.850 doses da vacina da Pfizer, ao abrigo da iniciativa Covax, mas os prazos de entrega ainda não estão oficialmente definidos.

Cabo Verde recebe 108 mil doses da vacina AstraZeneca produzidas na Índia
Notícias ao Minuto

09:38 - 03/03/21 por Lusa

Mundo Cabo Verde

De acordo com informação prestada à Lusa por fonte da Organização Mundial da Saúde (OMS), a calendarização dessa entrega a Cabo Verde - oficialmente a acontecer até maio - ainda não está definida com "exatidão", mas no caso do arquipélago, as 108.000 doses da vacina da AstraZeneca serão provenientes dos laboratórios próprios e do instituto indiano Serum (maior produtor mundial), autorizado a produzir a mesma vacina.

Ainda ao abrigo da iniciativa Covax, foram atribuídas a Cabo Verde 5.850 doses da Pfizer, segundo a listagem oficial consultada pela Lusa e confirmada por fonte da OMS, embora igualmente sem concretizar datas para entrega.

Angola tornou-se na terça-feira no primeiro país de língua portuguesa em África a receber vacinas contra a covid-19 (624.000 doses) ao abrigo da Covax, iniciativa que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus.

A plataforma Covax pretende entregar 90 milhões de doses de vacinas no continente africano até final deste mês. Até ao final de maio, o planeamento prevê a entrega de 237 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca e de 1,2 milhões de doses da vacina Pfizer.

Fundada pela OMS, em parceria com a Vaccine Alliance (Gavi, presidida pelo antigo primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso) e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (Cepi), a Covax pretende garantir a vacinação a 20% da população de 200 países e tem acordos com fabricantes para o fornecimento de dois mil milhões de doses em 2021 e a possibilidade de comprar ainda mais mil milhões.

O ministro da Saúde cabo-verdiano afirmou em entrevista à Lusa em 25 de fevereiro que a taxa de cobertura anual de 20% do plano de vacinação contra a covid-19 é uma previsão técnica, garantindo ser possível imunizar pelo menos 35% da população este ano.

Arlindo do Rosário explicou que essa previsão de cobertura, que consta do plano -- apontando vacinar 60% da população até 2023 -, foi estabelecida com base na informação atual, face à falta de disponibilidade de vacinas global, e como precaução.

"Na realidade, nós estamos a falar de um plano técnico, mas que necessariamente será - poderá ser - encurtado e eventualmente até apenas num ano, em função da disponibilidade das vacinas", apontou.

Arlindo do Rosário acrescentou que através da plataforma Covax está prevista a disponibilização a Cabo Verde, este ano, de vacinas suficientes para imunizar 35% da população.

"Se as coisas correrem bem, como esperamos, podemos vacinar muito mais do que 20% da população [conforme prevê o plano de vacinação] ainda este ano de 2021", garantiu o ministro.

A Covax é uma iniciativa conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Aliança para o Acesso às Vacinas (GAVI) para fornecer vacinas contra a covid-19 a países de médio e baixo rendimento, num esforço de dar acesso e distribuir vacinas em todo o mundo.

Arlindo do Rosário explicou que além da plataforma Covax, e do financiamento já garantido junto do Banco Mundial para a aquisição dessa quantidade de vacinas, o Governo cabo-verdiano está em negociações bilaterais analisando a "possibilidade de conseguir também a vacina extra plataforma".

"Quer dizer que esses 35% podem ir para 40 ou 50%. Mas isso é especulativo", admitiu Arlindo do Rosário, sem esconder a esperança que a produção de vacinas pelos laboratórios internacionais aumente no segundo semestre do ano, para rever em alta as previsões de cobertura de vacinação também em Cabo Verde.

Certo, insiste, é que Cabo Verde já tem garantida a quantidade de vacinas necessária para imunizar 35% da população "contratada e financiada", e que mesmo assim inscreveu para este ano, como ponto de partida, vacinar 20% da população, correspondente aos grupos prioritários.

"Estamos a ser sérios", justificou, alegando tratar-se de um "cálculo com o cenário atual" de disponibilidade de vacinas em todo o mundo.

"Nós esperamos atingir muito mais cedo essa meta", explicou, referindo-se à taxa de cobertura de vacinação de 60% da população.

O plano nacional de introdução e vacinação contra a covid-19 em Cabo Verde, aprovado em fevereiro pelo Governo, priorizou os profissionais de saúde, pessoas com doenças crónicas, idosos, professores, profissionais hoteleiros, ligados ao turismo e das fronteiras, polícias, militares e bombeiros.

Para o efeito, "será necessária a aquisição de 267.293 doses" da vacina para a população alvo prioritária, num total de 111.372 pessoas, "e pretende-se vacinar até 2023 um total de 60% da população, sendo 20% em 2021, 20% em 2022 e 20% em 2023".

Leia Também: Cabo Verde com défice de 8,9% em 2020 evita desempenho histórico

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