"O balanço é de dois mortos", afirmou o ministro, Alkache Alhada, à comunicação social, citado pela agência France-Presse (AFP).

De acordo com o governante, foram também realizadas 468 detenções desde terça-feira, "incluindo alguns políticos", não tendo Alhada dito de quem se tratavam.

Segundo o ministro, uma das vítimas morreu devido a uma convulsão epilética durante uma manifestação, enquanto a outra foi o guarda-costas do candidato Sini Oumarou, que participou na primeira volta, de 27 de dezembro, e que tinha apelado ao voto em Bazoum na segunda volta, realizada no domingo.

Alkache Alhada disse que houve também "danos, destruição de infraestruturas e de bens públicos e privados".

O ministro do Interior responsabilizou o principal opositor nigerino, Amadou Hama -- impossibilitado de concorrer à presidência devido a uma condenação na justiça do país -- pela agitação.

"O principal culpado [Amadou Hama] é procurado e, como de costume, está em fuga, mas será encontrado", assinalou o responsável governamental.

Na terça-feira, a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) do Níger ter declarado a vitória do candidato do partido no poder, Mohamed Bazoum, na segunda volta das eleições presidenciais, anunciando que este tinha recolhido 55,75% dos votos.

De acordo com os dados da CENI, a taxa de participação na segunda volta, realizada no domingo, foi de 62,91%.

Mohamed Bazoum recolheu 2.501.459 votos, enquanto o candidato da oposição, Mahamane Ousmane foi a escolha válida de 1.985.736 eleitores entre os 7,4 milhões de nigerinos chamados às urnas no domingo.

Na quarta-feira, Ousmane reclamou a vitória na segunda volta das eleições presidenciais.

"A compilação dos resultados provisórios na nossa posse, através dos nossos delegados nas várias mesas de voto, dá-nos como vencedor, com 50,3% dos votos", afirmou então Mahamane Ousmane, a partir do seu bastião, em Zinder (sudeste), num discurso gravado em vídeo, divulgado pela agência de notícias francesa AFP.

Após o anúncio de Ousmane, foram realizados vários confrontos na capital nigerina, Niamey, onde manifestantes atiraram pedras de calçada contra as forças de segurança, que ripostaram com gás lacrimogéneo.

Na noite de terça-feira, várias cidades nigerinas foram abaladas por confrontos, incluindo um incêndio na sede de um partido aliado do poder, em Dosso, no sudoeste do país.

Na manhã de quinta-feira, a casa do correspondente da Radio France Internationale (RFI) no Níger, Moussa Kaka, foi vandalizada e parcialmente incendiada por perpetradores desconhecidos.

Um dos principais desafios do próximo Presidente será a contenção dos ataques 'jihadistas', que mataram centenas de pessoas desde 2010, mais de uma centena nos primeiros dias de janeiro, e expulsaram cerca de 500.000 pessoas das suas casas, de acordo com as Nações Unidas (mais de 300.000 refugiados e deslocados no leste, junto à fronteira com a Nigéria, mais de 160.000 no oeste, junto às fronteiras com a Mali e o Burkina Faso).