ACNUR pede resgate de navio à deriva com refugiados no oceano Índico
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) solicitou hoje o "resgate imediato" de um número incerto de refugiados rohingya à deriva há vários dias sem comida ou água no Mar de Andamão, no oceano Índico.
© Reuters
Mundo Refugiados
O navio partiu há cerca de dez dias da rede de campos de refugiados em Cox Bazar, no Bangladesh, onde vivem mais de 725.000 pessoas da minoria muçulmana rohingya - desde que estes fugiram da campanha de limpeza étnica lançada em 2017 pelo exército birmanês em Myanmar.
"Muitos estão numa condição muito vulnerável e aparentemente estão a sofrer desidratação extrema. Entendemos que vários refugiados perderam as suas vidas e que as mortes aumentaram nas últimas 24 horas", disse Indrika Ratwatte, diretor do ACNUR para Ásia e Oceânia, em Banguecoque.
O navio, cuja localização atual é desconhecida, está à deriva há mais uma semana, depois de o motor avariar, e os passageiros já estão sem suprimentos.
O ACNUR apelou às autoridades marítimas dos países banhados pelo mar de Andamão, como a Tailândia e a Malásia, no oceano Índico, para que iniciem uma operação de busca e salvamento dos refugiados e, se estes forem encontrados em suas águas territoriais, que sejam transferidos para o continente.
Esta situação recorda a crise de refugiados de 2015, quando milhares de pessoas da minoria rohingya ficaram à deriva em barcos por semanas depois de as autoridades da Tailândia e da Malásia desmantelaram as redes de contrabando que os transportavam de Myanmar para esses países.
Após o desmantelamento da rede de tráfico de pessoas, a movimentação de navios diminuiu acentuadamente, embora no ano passado a Indonésia tenha resgatado vários navios carregados com refugiados desta minoria que ficaram à deriva depois de deixar o Bangladesh.
As guardas costeiras tailandesas, malaias e indonésias inicialmente impediram o desembarque desses barcos nas suas respetivas costas, mas um grupo de pescadores de Aceh resgatou vários barcos, contra a proibição expressa da marinha da Indonésia, e finalmente as autoridades da região concordaram em permitir a entrada dos refugiados.
A grande maioria dos rohingya são apátridas, pois perderam a cidadania em Myanmar no início dos anos 1990 e foram submetidos a um regime de discriminação por décadas como imigrantes ilegais do Bangladesh, apesar de viverem há várias gerações no Estado de Rakhine, no oeste de Myanmar.
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