Os rebeldes, apoiados pelo Irão, vêm tentando dominar esta cidade rica em petróleo há mais de um ano. Após um período de calma, retomaram no dia 08 de fevereiro a sua ofensiva contra as tropas leais ao governo, apoiadas por uma coligação liderada pela Arábia Saudita.
"Estou muito preocupado com a escalada militar em Marib", escreveu, na sua conta na rede Twitter, o subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, adiantando que um ataque à cidade "colocaria dois milhões de civis em risco, com centenas de milhares potencialmente forçados a fugir e com consequências humanitárias inimagináveis".
O diplomata anunciou que irá discutir a situação com o Conselho de Segurança das Nações Unidas na quinta-feira, procurando debelar a crise em vez de "aumentar ainda mais a miséria do povo iemenita".
Esta escalada de violência ocorre no momento em que os Estados Unidos anunciaram o fim do seu apoio à Arábia Saudita no Iémen e a retirada dos Huthis de sua lista de "organizações terroristas", de modo a não impedir a entrega de ajuda humanitária nos territórios controlados pelos rebeldes.
Entretanto, em Genebra, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) anunciou a realização de uma conferência de doadores para o Iémen, dizendo que esperaarrecadar "4,2 mil milhões de dólares" (cerca de 3,5 mil milhões de euros).
A conferência, realizada em conjunto com os governos da Suécia e da Suíça, terá lugar no dia 1 de março e contará com a participação do secretário-geral da ONU, o português António Guterres, e dos ministros dos Negócios Estrangeiros daqueles dois países.
Em 2020, as agências humanitárias contaram com cerca de metade do financiamento que tinham no ano anterior, ao mesmo tempo que a população iemenita era afetada pela fome, disse o porta-voz do OCHA, Jens Laerke, numa conferência de imprensa.
Em 2019, havia 3,6 mil milhões de dólares (quase 3 mil milhõe de euros), uma quantia que ajudou a aliviar a fome, mas em 2020 o financiamento caiu para 1,9 mil milhões de dólares (1,57 mil milhões de euros), forçando muitas agências humanitárias a reduzir ou interromper as suas atividades.
"As atuais operações humanitárias não são suficientes, temos que aumentá-las", resumiu Laerke, que disse que o financiamento recebido até ao momento, em 2021, foi de 230 milhões de dólares (190 milhões de euros), muito longe do necessário.
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