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Resolução do conflito pouco provável apesar de compromisso de Biden

Os beligerantes no Iémen reafirmaram a sua vontade de acabar com o conflito após o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter prometido apoiar os "esforços diplomáticos", mas encontrar uma solução parece difícil nesta fase, disse hoje uma especialista.

Resolução do conflito pouco provável apesar de compromisso de Biden
Notícias ao Minuto

13:29 - 05/02/21 por Lusa

Mundo Iémen

"Os anúncios de Biden (...) são um excelente primeiro passo", considerou Annelle Sheline, especialista em Médio Oriente no centro de reflexão Quincy Institute for Responsible Statecraft, sediado em Washington, alertando que "o problema está nos detalhes".

O conflito no Iémen opõe há mais de seis anos os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, às forças governamentais, ajudadas desde 2015 por uma coligação liderada pela Arábia Saudita.

Segundo organizações internacionais, a guerra já causou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e a pior crise humanitária do mundo.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou na quinta-feira o fim do apoio dos Estados Unidos à coligação dirigida por Riade e apelou ao reforço dos esforços diplomáticos, uma decisão bem recebida pelo governo iemenita e pelos Huthis.

Sem mencionar o fim do apoio norte-americano à coligação, Riade saudou o "compromisso" de Biden "a cooperar com o reino para defender a sua soberania". A Arábia Saudita tem sido nos últimos meses alvo de ataques dos rebeldes iemenitas.

Riade também reafirmou o seu apoio a "uma solução política global" no Iémen, congratulando-se que "os Estados Unidos sublinhem a importância dos esforços diplomáticos".

Annelle Sheline acautela que é necessário "ver o que significa na prática 'o fim de todo o apoio norte-americano às operações ofensivas'", citando o presidente Biden.

"Quem vai determinar o que é uma operação ofensiva, os Estados Unidos ou a Arábia Saudita? Como será definida? Por exemplo, os sauditas afirmam que todos os seus esforços de guerra são defensivos", explica, citada pela agência France Presse.

"Acabar com o apoio norte-americano e acabar com a guerra são duas coisas muito diferentes (...) para acabar realmente com a guerra, precisamos de diplomacia e para isso devemos ser capazes de falar com os iranianos", assinala.

Bashir Omar, porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no Iémen, disse hoje à agência noticiosa espanhola EFE que a organização tem "esperança" e espera que "todas as partes se sentem à mesma mesa para conversar".

Ainda assim e considerando "difícil prever se as partes em conflito pretendem chegar a uma solução pacífica para acabar com este conflito", indicou que o CICV prefere esperar que a decisão de Biden seja "aplicada claramente" no terreno para "avaliar e estudar a situação e ver até que ponto" a organização pode prestar "ajuda a todos os cidadãos iemenitas em todo o Iémen".

O CICR é um dos principais atores ao nível da mediação do conflito, tendo organizado as trocas de prisioneiros entre os rebeldes e o governo iemenita, previstas no acordo de Estocolmo, assinado no final de 2018 sob patrocínio da ONU.

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