Líder sindical guineense acusa Governo de "roubo aos bolsos do povo"
O líder da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG, central sindical), Júlio Mendonça, afirmou hoje que o Governo tem estado a "roubar aos bolsos do povo" com mordomias que atribui aos dirigentes do país, através do erário público.
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Mundo Guiné-Bissau
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma pequena manifestação diante da sede da UNTG, em Bissau, Júlio Mendonça indicou que a polícia proibiu uma marcha pacífica que a central sindical pretendia realizar hoje, "em sinal de repúdio pelo comportamento do Governo".
Quando a manifestação se preparava para iniciar, um contingente da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) mandou dispersar uma trintena de trabalhadores, o que motivou a organização a realizar um pequeno comício diante da sede da UNTG.
Júlio Mendonça afirmou que já sabia que o Governo ia impedir a manifestação que deveria sair da Chapa de Bissau, no centro da capital guineense para a sede da UNTG, numa distância de cerca de cinco quilómetros.
"Para nós não é uma surpresa, mas como tive oportunidade de afirmar, os nossos políticos não percebem nada e como estão na governação pensam que usando a força é que se resolvem os problemas", observou Mendonça.
O sindicalista afirmou que a lei do país apenas diz que uma manifestação deve ser anunciada à polícia mas nunca solicitada uma autorização.
Mendonça disse ainda que os atuais governantes fizeram no passado, quando estavam na oposição, manifestações de rua "quando pensaram que os seus direitos estavam a ser postos em causa".
"Estes políticos pensam que vão ficar sempre no poder, mas um dia vão sair", notou o líder da UNTG que denuncia o "roubo aos bolsos do povo" guineense por parte dos governantes.
A manifestação de rua foi proibida, mas Júlio Mendonça anunciou que, de agora em diante, tirando a paralisação que vai decorrer entre 18 a 22 deste mês, as greves na Função Pública vão ocorrer de forma sequencial.
A UNTG tem convocado greves gerais para exigir do Governo o cumprimento de uma série de acordos alcançados com os sindicatos, nomeadamente o pagamento de salários em atraso aos professores, aplicação de alguns diplomas legais e a exoneração da Função Pública de funcionários admitidos devido à sua pertença partidária.
As greves também servem para protestar contra a atribuição de "subsídios da vergonha", caracterização dada por Júlio Mendonça aos subsídios que o Governo decidiu atribuir aos titulares de órgãos de soberania, bem como cinco novos impostos projetados no Orçamento Geral do Estado deste ano.
A UNTG considera escandalosa a criação de novos impostos sem que haja um aumento salarial aos trabalhadores.
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