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Partido de ex-Presidente Gbagbo regressa às eleições após 10 anos

A Frente Popular da Costa do Marfim (FPI), do ex-Presidente Laurent Gbagbo, anunciou hoje que irá participar nas eleições legislativas do primeiro trimestre de 2021, após ter boicotado todas as votações nos últimos dez anos.

Partido de ex-Presidente Gbagbo regressa às eleições após 10 anos
Notícias ao Minuto

14:56 - 23/12/20 por Lusa

Mundo Gbagbo

"A Frente Popular da Costa do Marfim (...) participará nas eleições legislativas e, em concertação com os seus parceiros na coligação da plataforma de oposição da Costa do Marfim", procurará mobilizar todos os meios para as vencer", anunciou o FPI numa declaração emitida após uma reunião do seu comité central na terça-feira.

A mudança de posição da FPI é explicada pelo regresso anunciado de Laurent Gbagbo à Costa do Marfim. O partido tinha boicotado as eleições desde a detenção do seu líder e a sua transferência para o Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia.

"A maioria dos ativistas está pronta para ir às eleições e o Presidente Gbagbo é a favor disso", disse o secretário-geral da FPI, Assoa Adou, citado pela agência de notícias France Presse.

A FPI está dividida em duas tendências rivais: uma leal a Laurent Gbagbo, a outra liderada pelo seu antigo primeiro-ministro Pascal Affi N'Guessan.

Absolvido pelo TPI em primeira instância por crimes contra a humanidade durante a crise pós-eleitoral de 2010-11, e aguardando possível recurso, Laurent Gbagbo, em liberdade condicional em Bruxelas, anunciou em 04 de dezembro que regressava a casa após ter obtido dois passaportes (um comum e um diplomático) das autoridades da Costa do Marfim.

Na altura disse que pretendia regressar ainda "durante o mês de dezembro", mas a data real do seu regresso permanece desconhecida, uma vez que continuam em curso negociações com as autoridades da Costa do Marfim para estabelecer em que condições se fará esse regresso.

"Ainda estamos à espera que o Governo nos chame", disse Adou.

O anúncio da participação da FPI nas eleições surge depois de o governo ter lançado, na segunda-feira, uma iniciativa de diálogo político nacional, com vista a resolver a crise resultante das eleições presidenciais de 31 de outubro.

A violência pré e pós-eleitoral causou 85 mortos e meio milhar de feridos entre agosto e novembro.

O escrutínio, boicotado pela oposição que tinha apelado à "desobediência civil", reelegeu o Presidente Alassane Ouattara para um controverso terceiro mandato, que a oposição considera inconstitucional.

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