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Justiça obriga Estado francês a justificar ações na área do clima

A justiça francesa deu hoje ao Estado francês três meses para justificar as suas ações na luta contra as emissões de gases com efeito estufa, uma decisão "histórica" para os defensores ambientais.

Justiça obriga Estado francês a justificar ações na área do clima
Notícias ao Minuto

12:42 - 19/11/20 por Lusa

Mundo Ambiente

O Conselho de Estado- que em França tem dupla função, jurídica e consultiva - recebeu uma demanda em janeiro de 2019 do então autarca de Grande-Synthe, Damien Carême, que considerou que seu município, na costa norte do país, estava ameaçado de submersão por "inação para a causa climática" do Governo.

Este é o primeiro caso de litígio relacionado com o clima a chegar ao Conselho de Estado, que é o juiz administrativo supremo.

Este não se pronunciou imediatamente sobre o mérito, mas deu três meses ao Estado - que havia defendido por escrito o indeferimento total do pedido - para justificar as suas ações para manter os seus compromissos na luta contra as emissões responsáveis pelo aquecimento global.

Os juízes administrativos observaram, em particular, que o Estado se tinha comprometido, a fim de implementar o Acordo de Paris de 2015 que visa limitar o aquecimento global, a atingir uma redução de 40% nas emissões em 2030 em relação ao nível de 1990.

No entanto, os orçamentos contra as emissões de carbono adotados nos diversos planos de Governo - a última "estratégia nacional de baixo carbono", que data de abril - sempre foram preteridos, como mostram, em particular, os relatórios anuais do Conselho Superior para o Clima. E o Estado, portanto, revisou os seus objetivos para baixo.

Observando esse "adiamento (...) de parte do esforço de redução de emissões a ser realizado", os juízes administrativos pediram ao Governo que justificasse a "compatibilidade com a trajetória de redução dos gases de efeito estufa "para cumprir a sua meta de 2030.

Assim, seguiram as recomendações do relator público durante a audiência de 09 de novembro. O magistrado encarregado de fazer uma recomendação sobre o caso sublinhou então que "o cerne da questão é o calendário das ações", visto que "hoje existe uma emergência climática".

E considerou que os compromissos de França, no âmbito do Acordo de Paris, da legislação europeia ou da nacional não podem ter "um objetivo puramente programático mas sim muito vinculativo".

O Governo francês não reagiu de imediato, mas no final da audiência de 09 de novembro, o Ministério da Transição Ecológica disse à agência de notícias AFP que, em caso de decisão solicitando justificação das suas ações, estaria "totalmente disponível".

"Temos coisas a defender", nomeadamente ao nível das ações de descarbonização", indicou uma fonte do gabinete da ministra da Transição Ecológica, Bárbara Pompili.

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