"Consideramos que não é o momento" para iniciar as negociações com Skopje devido ao bloqueio búlgaro, declarou em conferência de imprensa após uma videoconferência com os seus homólogos europeus. A Alemanha preside às reuniões ministeriais da UE até ao final de 2020.
No entanto, Michael Roth considerou inoportuno incluir este diferendo na agenda da cimeira europeia prevista para quinta-feira em videoconferência.
"Nesta fase, a Bulgária não pode apoiar um acordo-quadro com a República da Macedónia do Norte, e por isso, a concretização da primeira conferência intergovernamental [para o lançamento oficial das conversações]", confirmou hoje Ekaterina Zaharieva, ministra dos Negócios Estrangeiros búlgara.
"O projeto em discussão não tem em consideração os pedidos búlgaros e não pode ser aprovado", concretizou.
O bloqueio por Sófia do início do processo de adesão da Macedónia do Norte não constitui surpresa para os seus parceiros, sublinharam diplomatas em Bruxelas citados pela agência noticiosa AFP.
A Bulgária, membro da União Europeia (UE) desde 2007, considera a língua da Macedónia do Norte como um dialeto do búlgaro e rejeita o termo "língua macedónia". Em alternativa, tem proposto a fórmula "línga oficial da República da Macedónia do Norte".
Até ao momento, não foi encontrada qualquer solução entre os dois países sobre os seus diferendos bilaterais.
Na Bulgária, e de acordo com recentes sondagens, a opinião pública apoia por larga maioria esta posição intransigente. Os estudos do Instituto Alpha Research revelam que 79% consideram que o não reconhecimento por Skopje das origens búlgaras da população macedónia constitui "uma manipulação dos factos históricos" e 45,5% pensam que não deve ser reconhecida a existência de uma língua macedónia,
No entanto, a Bulgária -- o primeiro país que reconheceu a independência da ex-república jugoslava da Macedónia --, apoiou o compromisso entre Skopje e Atenas sobre o nome "Macedónia do Norte", que permitiu a adesão deste pequeno país à NATO em março passado.