Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Presidente do Parlamento do Peru assume lugar de chefe de Estado

O preidente do Parlamento peruano, Manuel Merino, assumiu hoje o cargo de Presidente do país, um dia depois da destituição por este mesmo Parlamento do ex-presidente, Martin Vizcarra, enquanto os mercados expressam receio e nas ruas há protestos.

Presidente do Parlamento do Peru assume lugar de chefe de Estado
Notícias ao Minuto

20:38 - 10/11/20 por Lusa

Mundo Peru

"Juro por Deus, pelo país e por todos os peruanos que cumprirei fielmente" o cargo de Presidente, afirmou Merino, engenheiro agrónomo de centro-direita de 59 anos quase desconhecido dos peruanos, que se torna no terceiro presidente do país desde 2016.

Vizcarra foi substituído pelo presidente do Parlamento por "incapacidade moral", com base na acusação de alegados subornos que teria recebido como governador em 2014, sendo que o cargo de vice-presidente continua vago desde que Mercedes Araoz renunciou sem ser substituída há um ano, numa outra crise política.

Enquanto Merino prestava juramento, os confrontos começaram em Lima entre a polícia e cerca de 400 manifestantes nas ruas adjacentes ao Parlamento, constatou a agência de notícias France-Press (AFP). Estes protestos aconteceram também em Arequipa e Cusco, a sul de Lima, segundo os meios locais.

Para o ex-autarca de Lima e provável candidato à presidência George Forsythe, o 'impeachment' de Vizcarra, que tem um nível recorde de popularidade depois de 32 meses como líder do país, é semelhante a um "golpe de Estado disfarçado".

A ex-candidata presidencial de esquerda Veronika Mendoza disse que o que aconteceu foi "vergonhoso e escandaloso", enquanto o arcebispo católico de Lima, Carlos Castilo, disse que o parlamento não teve "senso de proporção" ao destituir o presidente.

De acordo com as sondagens recentes, 54% dos peruanos apoiam Vizcarra e 78% acreditam que a investigação às alegações de corrupção deveria ter esperado até ao final do seu mandato.

Durante a sua primeira intervenção no Parlamento, Merino assegurou que o seu "primeiro compromisso é respeitar o processo eleitoral em curso".

"Ninguém pode mudar a data das eleições marcadas para 11 de abril de 2021", referiu, apelando à "unidade" nacional e prometendo que deixará o cargo a 28 de julho de 2021, o dia em que terminava o mandato de Vizcarra.

A chegada de Merino suscitou sérios receios nos setores económicos e financeiros, principalmente porque o Banco Central prevê a queda de 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 por culpa da pandemia de covid-19, que já provocou 35.000 mortes no país que tem a maior taxa de mortalidade do mundo em relação à população.

Vizcarra era visto pela população como um defensor da luta contra a corrupção, que se viu à frente do país depois da renúncia, em 2018, do seu antecessor, Pedro Pablo Kuczynski, do qual era vice-presidente, não era membro de nenhum partido político e não tinha apoio parlamentar.

Na segunda-feira, Vizcarra anunciou que não iria obstruir a decisão e que iria deixar o palácio presidencial como entrou há dois anos e oito meses: "de cabeça erguida".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório