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Ataque de Viena terá tido apenas um agressor

O ministro do Interior da Áustria, Karl Nehammer, disse hoje que "não há indícios de um segundo agressor", depois de o autor do ataque que provocou quatro vítimas mortais no centro de Viena ter sido abatido na noite passada.

Ataque de Viena terá tido apenas um agressor
Notícias ao Minuto

15:20 - 03/11/20 por Lusa

Mundo Ataque

"Depois de avaliar os vídeos que nos fizeram chegar, não há indícios da existência de um segundo agressor", afirmou Nehammer, embora não tenha descartado completamente a possibilidade.

As autoridades ainda estão a tentar determinar se outros atacantes podem estar em fuga, tendo sido pedido aos moradores de Viena que se mantenham em casa durante o dia de hoje, incluindo crianças em idade escolar.

Cerca de 1.000 polícias estão de plantão na cidade desde a manhã de hoje.

Pelo menos cinco pessoas, incluindo o agressor, morreram na segunda-feira à noite num tiroteio no centro de Viena, cometido por "um simpatizante" do Estado Islâmico, que deixou também 22 pessoas feridas.

A polícia deteve, nas últimas horas, 14 pessoas relacionadas com o agressor.

As vítimas mortais do ataque, dois homens e duas mulheres, sucumbiram aos ferimentos, disse o chanceler Sebastian Kurz, acrescentando que um polícia que tentou parar o agressor foi baleado e está entre os feridos hospitalizados.

O serviço hospitalar de Viena adiantou que sete das pessoas que recebeu na sequência do ataque correm risco de vida.

"O ataque de ontem [segunda-feira] foi claramente um ataque terrorista islâmico", disse Kurz.

"Foi um ataque de ódio. Ódio pelos nossos valores fundamentais, ódio pelo nosso modo de vida, ódio pela nossa democracia, na qual todas as pessoas têm direitos iguais e dignidade", referiu.

O agressor, identificado como Kujtim Fejzulai, já tinha cadastro, já que foi condenado a 22 meses de prisão, em abril de 2019, por ter viajado para a Síria para se juntar ao grupo Estado Islâmico. No entanto, acabou por ser libertado antecipadamente em dezembro, beneficiado pela lei de proteção de jovens.

Nehammer contou à agência de notícias austríaca APA que Fejzulai publicou uma foto na sua conta do Instagram momentos antes do ataque, na qual se mostra com duas das armas que terá usado.

"(O suspeito) foi equipado com um colete explosivo falso e um espingarda automática, uma pistola e uma faca grande para realizar este repugnante ataque a cidadãos inocentes", acusou Nehammer.

O tiroteio começou pouco depois das 20:00 (19:00 em Lisboa) de segunda-feira, perto da sinagoga principal de Viena, numa altura em que muita gente estava na rua para desfrutar a última noite de restaurantes e bares abertos antes de um confinamento de um mês para combater os contágios de covid-19, que teve início à meia-noite.

"Vamos desenterrar e perseguir os perpetradores, aqueles que estiverem por trás deles e pessoas com ideias semelhantes, e dar-lhes o castigo que merecem", garantiu o chanceler austríaco.

"Vamos perseguir, por todos os meios disponíveis, todos aqueles que tenham alguma coisa a ver com este ultraje", acrescentou.

O Governo declarou três dias de luto oficial a partir de hoje, estando todos os edifícios públicos da Áustria com bandeiras a meia haste até quinta-feira.

Ao meio-dia local, o país fez um minuto de silêncio, acompanhado pelo badalar de sinos na capital e o chanceler e o Presidente, assim como outros políticos, colocaram coroas de flores e velas no local onde ocorreu o ataque.

Depois do ataque inicial - o primeiro em Viena em 35 anos -, na rua onde fica a sinagoga, os agressores deslocaram-se pelo centro da cidade, disparando sobre quem ocupava as esplanadas.

Milhares de pessoas permaneceram no interior da Ópera de Viena, ou em salas de concerto como o Konzerthaus ou o Musikverein, durante horas, até saírem sob escolta policial.

As autoridades montaram um enorme dispositivo de segurança para localizar o terrorista, com dezenas de agentes das forças especiais e especializadas em ações antiterroristas a participarem nos esforços, que incluiu controlo das fronteiras.

Este ataque surgiu dias depois de, na passada quinta-feira, três pessoas terem morrido num ataque com faca em Nice, no sudeste de França.

Nesse ataque, também classificado como terrorista, um homem e uma mulher foram mortos na basílica de Nossa Senhora da Assunção, em Nice, e uma terceira vítima, gravemente ferida, morreu num bar perto da igreja, onde se tinha refugiado.

Nos últimos dias têm-se multiplicado reações do mundo muçulmano contra a França e o seu Presidente, depois de Emmanuel Macron ter declarado que continuaria a defender a liberdade de expressão, incluindo a publicação de caricaturas, durante uma homenagem nacional a um professor, decapitado na região parisiense por ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.

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