Um morto e veículos incendiados na Costa do Marfim a dias das eleições
Um homem foi esfaqueado até à morte na quarta-feira à noite na popular comuna de Yopougon, em Abidjan, e vários veículos incendiados, três dias antes das eleições presidenciais na Costa do Marfim.
© Reuters
Mundo Eleições
Segundo uma fonte policial, um jovem foi esfaqueado até à morte no distrito de Niangon. Um residente, que falou à agência France-Presse (AFP) na condição de anonimato, disse que se tratava de um lojista e que a morte ocorreu perto da Escola Secundária Simone Gbgabo.
A mesma fonte disse que o assassinato foi cometido "após a intervenção dos bombeiros para apagar o fogo" dos veículos queimados.
A fonte policial avança que um autocarro, um 'gbaka' (minibus coletivo) e outros dois carros foram incendiados por "indivíduos não identificados com capuz", por volta das 20:00 de quarta-feira, mesma hora em Lisboa.
Num vídeo que circula nas redes sociais, apresentado por habitantes como tendo sido filmado no local dos eventos, há um grupo de jovens armados com paus e facas a circular com os rostos descobertos.
Após a intervenção da polícia, a calma foi restaurada, segundo a mesma fonte policial.
Hoje é o último dia da campanha eleitoral para as presidenciais na Costa do Marfim, a qual está a decorrer sob alta tensão. Cerca de 30 pessoas foram mortas nos últimos três meses em todo o país em violência pré-eleitoral, incluindo confrontos intercomunitários em várias cidades do interior do país.
A oposição acusa as autoridades de terem milícias armadas de "micróbios" que cometem assassinatos e violência, numa tentativa de quebrar o seu apelo à população para uma "desobediência civil" e "boicote ativo ao processo eleitoral".
O Governo responde que estes milicianos, cuja presença tem sido mencionada por residentes em várias cidades onde tem ocorrido violência mortal, são orquestrados pela oposição.
O medo de uma escalada de violência é forte na Costa do Marfim, dez anos após a crise pós-eleitoral de 2010-2011, que causou 3.000 mortos após a recusa do Presidente Laurent Gbagbo em reconhecer a sua derrota eleitoral às mãos de Ouattara.
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